Francisco Cândido Xavier (02 de
ABRIL de 1910 - 30 de junho de 2002)
O APÓSTOLO CHICO XAVIER
Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver,
tudo eram expectativas e promessas.
Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da
mediunidade, Mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo
o tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da
travessia no mar encapelado das paixões bem como das lutas que deveria travar
para alcançar o porto de segurança.
Orfandade, perseguições rudes na infância, solidão e amargura estabeleceram o
cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências
superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer
interiormente no rumo do objetivo de iluminação.
Adversários do ontem que se haviam reencarnado também, crivaram-no de aflições
e de crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los,
jamais devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que lhe dirigiam.
Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações
incontáveis que lhe rondaram os passos ameaçando-lhe a integridade moral, mas
não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade, nem aos
sentimentos vis.
Sempre se manteve em clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da
Vida, de onde hauria coragem e forças para não desfalecer.
Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, e acendendo o
archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos
mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras tantas
existências.
Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o
metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem apresentar
defesas pessoais ou justificativas para os seus atos.
Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço de herói cristão,
sensibilizou o povo e os seu líderes, que passaram a amá-lo, tornou-se
parâmetro do comportamento, transformando-se em pessoa de referência para as
informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos da mediunidade.
Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e
encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do Bem.
Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou, extraviando-se
na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido.
Abandonado por uns e por outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais
deixou de realizar o seu compromisso para com a Vida, nunca desertando das suas
tarefas.
As enfermidades minaram-lhe as energias, mas ele as renovava através da oração
e do exercício intérmino da caridade.
A claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se, no entanto a visão interior
tornou-se mais poderosa para penetrar nos arcanos da Espiritualidade.
Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém.
Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões perturbadoras e
os debates insensatos que aconteciam à sua volta e longe dele, sobre a Doutrina
que esposava e os seus sublimes ensinamentos.
Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do
corpo, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como penetrar em
mentes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando-se maleável aos
Espíritos que o utilizaram por quase setenta e cinco anos de devotamento e de
renúncia na mediunidade luminosa.
Por isso mesmo, o seu foi mediunato incomparável.
...E ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se aquietasse,
ascendeu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a
Sua bondade, asseverando-lhe:
- Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra
e desfrutares das inefáveis alegrias do reino dos Céus.
Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco.
O Espiritismo
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