Convidado
a fazer uma preleção sobre a crítica, o conferencista compareceu ante o
auditório superlotado, sobraçando pequeno fardo. Após cumprimentar os
presentes, retirou os livros e a jarra d’água de sobre a mesa, deixando somente
a toalha branca. Em silencio acendeu poderosa lâmpada, enfeitou a mesa com
dezenas de pérolas que trouxera no embrulho em com várias dúzias de flores
colhidas de corbélias próximas. Logo após, apanhou da sacola diversos biscuits
de inexprimível beleza representando motivos edificantes, e enfileirou-os com
graça. Em seguida, situou na mesa um exemplar do Novo Testamento em capa
dourada. Depois, com o assombro de todos, colocou pequenina lagartixa num
frasco de vidro. Só então comandou a palavra, perguntando: “que vedes aqui,
meus irmãos”? – e a assembleia respondeu em vozes discordantes: “um bicho”, “um
lagarto horrível”, “uma larva”, “um pequeno monstro”. Esgotados breves momentos
de expectação, o pregador considerou: “assim é o espirito da crítica
destrutiva, meus amigos. Não enxergastes o forro de seda lirial, nem as flores,
nem as pérolas, nem as preciosidades, nem o Novo Testamento, nem a luz
faiscante que acendi; vistes apenas a diminuta lagartixa”. E concluiu
sorridente: “nada mais tenho a dizer”.
Mensagem
retirada do livro “Bem aventurados os simples” - de Waldo Vieira, pelo espírito Valério. Uma publicação
da editora FEB (Federação Espírita Brasileira).
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