quarta-feira, 30 de julho de 2014

BEM AVENTURADOS OS AFLITOS



5Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; 6 bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; 10 bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. (Mt 5:5-6,10);

“20 E, levantando ele os olhos para os seus discípulos disse: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus. 21 Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. 24 Mas ai de vós, ricos! Porque já tendes a vossa consolação. 25 Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Aí de vós os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis!” (Lc 6:20, 21, 24-25).


CONSIDERAÇÕES GERAIS:

·         Vemos que tudo tem dois lados, duas faces;
·         Não basta fazermos uma afirmativa; devemos justificá-la.

INTERPRETAÇÕES:

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;” (Mt 5:5).

“BEM-AVENTURADOS” – Felizes, venturosos, afortunados;
“OS MANSOS” – Brando, pacífico, sereno. Só podem ser mansos os que são menos egoístas, que pensam menos em si mesmos. Os contentes com o que possuem. Os não ambiciosos. Não havendo luta externa de caráter de conquista, haverá paz intima. Não queremos nos referir à ausência de desejo, de esforço de progredir.
“PORQUE ELES HERDARÃO A TERRA – Futuro, quer dizer em consequência. Herdar é receber por herança. E é isso que realmente tem acontecido. Desfrutamos, por misericórdia, inclusive da bênção de viver neste mundo. TERRA dá a entender a parte materializada do mundo. Observamos que uma pessoa, quanto menos quer mais desfruta. Quando há altruísmo, desprendimento, mais pessoas confiam na gente, dando-nos ensejo a usufruir dos seus bens, sem resistências, sem desconfianças. Só com serenidade podemos pensar e resolver bem e, assim, dominar as situações.

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” (Mt 5:6).
“BEM-AVENTURADOS” – Já citado;
“OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA – Certamente nem todos já se preocupam com a justiça. Isso revela certa evolução.
“JUSTIÇA” – Conforme o direito: virtude de dar a cada um o que é seu. Bem-aventurados, portanto, porque já se encontram num estagio evolutivo mais adiantado. Usando os termos FOME e SEDE lembra o corpo físico e a imperiosidade de alimentar-se e beber para mantê-lo em equilíbrio. Também o nosso espírito precisa suprir-se de coisas justas (FOME) e viver (SEDE) a justiça e também incentivar-se com exemplos apoiados nela. Ora, se temos fome e sede de justiça, é natural sejamos os primeiros a nos esforçar por sermos justos.
“PORQUE ELES SERÃO FARTOS – Futuro, evidenciando a decorrência;
“FARTOS – Satisfeitos, saciados. Quando fazemos justiça e os outros são justos conosco, sentimo-nos como que alimentados espiritualmente falando. Quando há injustiça, experimentamos uma sensação de carência. O “ter fome e sede” implica também em trabalho no sentido de estabelecer a justiça onde nos seja dado influenciar.

“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.” (Mt 5:10).
“BEM-AVENTURADOS” – Já citados;
“OS QUE SOFREM PERSEGUIÇÃO POR CAUSA DA JUSTIÇA” – Num plano onde predomina a injustiça (como a Terra, mundo de provas e expiações), é compreensível a perseguição por causa da justiça. Não há efeito sem causa. Tudo tem uma razão de ser. Antes, egoístas, materialistas, escravos de paixões, demos abrigo e asas à injustiça. Natural que soframos agora. E, felizmente, por causa da JUSTIÇA. É o fato de alguém constatar ser por causa da justiça por si só deveria constituir-se em motivo de júbilo. Por isso é que Jesus fala: “bem-aventurados”.
“PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS” – Aqui não é futuro, mas ato contínuo, ao mesmo tempo. Se uma perseguição é injusta, torna-se evidente que estamos certos, que permanecemos com o justo, que ficamos com o bem. Isso é o bastante para assegurar a presença da luz em nosso intimo; dá tranquilidade em nosso coração. Podem todos estar contra nós; se estamos com a consciência em paz, Deus se encontra a nosso lado.

“E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus.” (Lc 6:20).
DISCÍPULO” – Aluno, aprendiz. Qualidades: atenção, dedicação, obediência consciente, humildade, iniciativa. Jesus, o Mestre por excelência. Se, levantava os olhos, quer dizer que o fazia da terra, do chão para os discípulos. Essa atitude lembra nossos vínculos com o mundo. Se vivermos com acerto na terra, ela como que nos oferece os degraus necessários à nossa evolução.
“DIZIA” – Sempre que Jesus dizia algo, transmitia uma mensagem, dava uma lição. Nada de palavras ociosas, dispensáveis. 
“BEM-AVENTURADOS” – Já citado.
“OS POBRES” – Pelo fato de a pessoa ser carente, necessitada não significa que seja bem-aventurada. POBRE quer dizer que reconhece a própria condição de necessitada. A situação daquele que está consciente de que precisa aprender mais, compreender mais, realizar mais. Que vive um clima de permanente vir a ser mais e melhor, espiritualmente, falando.
PORQUE VOSSO É O REINO DE DEUS” – O reino de Deus não vem com aparência exterior. Está dentro de nós. Ora, se nos consideramos sempre em evolução, em aprendizado, jamais nos decepcionamos com nós mesmos. Sabemos das próprias limitações. Não nos supervalorizamos. Fazendo o que podemos e como podemos, continuamos com a paz no coração, e isto é o reino de Deus.
“Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.” (Lc 6:21).

BEM-AVENTURADOS VÓS – Já citado.
“QUE AGORA” – Nem sempre foi assim. Tal fato representa evolução, e isso já deve ser motivo de contentamento. Enfim, estamos nos despertando para o que é verdadeiramente importante. Do ontem, deve restar a experiência. E nada de conservar lembranças desagradáveis, destrutivas. Nada também de “acalentarmos” o pretérito... O AGORA, o HOJE, assume capital importância. É decisivo. Imperioso ser bem aproveitado em todos os sentidos.
“TENDE FOME” Se olhado ao pé da letra, no sentido literal, teríamos aqueles que já viveram na abastança e se desequilibraram ou não lhe deram o devido valor. Agora, privados, aprendem a lição, para mais tarde voltarem à experiência, com amplas possibilidades de vencer. O mesmo se dá no campo moral, das virtudes. Do que realmente é necessário à criatura, acabamos sentindo falta, até nos condicionarmos para merecê-lo. Assim acontece com a solidariedade, a amizade, a colaboração, a justiça, etc.
“QUE AGORA CHORAIS” – Chorar, lamentando e não lamuriando. Os que hoje deploram as próprias quedas estão se preparando, se fortalecendo para não mais cometê-las.
“PORQUE HAVEIS DE RIR” – Contentamento decorrente das próprias vitorias. Os êxitos, principalmente espirituais, promovem justa satisfação. À tristeza de agora, se não houver revolta, desespero, ausência de fé, sucederá a alegria. Não consideremos isso, porém, só com relação à vida no plano espiritual. A coisa é até para a terra mesmo, já que o espírito é imortal e pode usufruir de tudo desde já.
“Mas ai de vós, ricos! Porque já tendes a vossa consolação.” (Lc 6:24).
“MAS AÍ DE VÓS, RICOS!” – A riqueza em si não é boa nem má. Neutra, se tornará boa ou má de acordo com o uso que fizermos dela. No caso, Jesus parece advertir os ricos materialistas que fazem dos bens, de que são mordomos, são administradores temporários, a razão de sua vida e de suas alegrias. Quem assim procede e tudo coloca na dimensão apenas de uma vida física tão passageira, é, de fato, um pobre coitado, digno de dó.
“PORQUE JÁ TENDES A VOSSA CONSOLAÇÃO” – Percebemos a falta de visão dos que agem assim. Procuram tirar o máximo da vida terrena. Se não sofrem já (na ilusão que vivem), virão a sofrer mais tarde, quando visitados pelo sofrimento ou perceber que se aproximam do fim, vendo-se na contingência de tudo abandonar, pois nada podem levar consigo. Como vemos o sofrimento já se manifesta nesta existência e acompanha o espírito para o plano espiritual, quando se conscientiza de que poderia ter vivido de modo totalmente diferente, sendo mais útil ao próximo e a si mesmo.

“Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Aí de vós os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis!”. (Lc 6:25).
AI DE VÓS” – Antônimo de bem-aventurados;
“VÓS QUE ESTAIS FARTOS, PORQUE TEREIS FOME” – Quem tudo tem agora, e não lhe dá valor, precisa tudo perder, para valorizar. Por nos encontrarmos num mundo de provas e expiações, só apreciamos muita coisa depois que a perdemos. E o problema não é do mundo, porém nosso mesmo, consequência de nossas imperfeições. Muitos somente dão valor à saúde do corpo físico, quando se encontram enfermos. Com o emprego acontece a mesma coisa, quando ficam desempregados.

“AI DE VÓS” – Já citado;
“OS QUE AGORA RIDES” – Rir não é problema. Precisamos, contudo, ver quando como e porque rimos. Se o fazemos em face das dificuldades alheias; por causa das facilidades de uma existência temporal e temporária, é de se esperar que amanhã sejamos convocados à realidade. Que a ilusão nos abandone. Examinemos se é justa a nossa alegria, ou se estamos tapeando os outros e a nos mesmos com falsas demonstrações de contentamento.

“PORQUE VÓS LAMENTAREIS E CHORAREIS.” – Mais cedo ou mais tarde tomaremos conhecimento de tudo. Em face do ocorrido, lamentaremos a nós mesmos, o nosso próprio procedimento.  Tendo livre-arbítrio, é natural que a lei de causa e efeito atue sobre nós. Em consequência dos desatinos, hora de lastimar. E não teremos desculpas para apresentar.
“E CHORAREIS” – E deplorareis. Na lamentação há como que uma autopunição. Chorando, deplorando, já existe como que o desejo de nova experiência, de nova oportunidade, com o sincero propósito de acertar.

Façamos diariamente um exame de consciência, para vermos como temos vivido, para passarmos a viver de modo a não termos do que nos lamentar. 


Mt 5:5-6,10; Lc 6:20-21, 24-25;
João Ferreira de Almeida – RC;
Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo 5, itens 1-2,18

quarta-feira, 23 de julho de 2014

PERANTE A DESENCARNAÇÃO




“Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte”. - Jesus.
(JOÃO, 8:51).



Resignar-se ante a desencarnação inesperada do parente ou do amigo, vendo nisso a manifestação da Sábia Vontade que nos comanda os destinos.

Maior resignação, maior prova de confiança e entendimento.

Dispensar aparatos, pompas e encenações nos funerais de pessoas pelas quais se responsabilize, abolir o uso de velas e coroas, crepes e imagens, e conferir ao cadáver o tempo preciso de preparação para o enterramento ou a cremação.

Nem todo Espírito se desliga prontamente do corpo.

Emitir para os companheiros desencarnados, sem exceção, pensamentos de respeito, paz e carinho, seja qual for a sua condição.

A caridade é dever para todo clima.

Proceder corretamente nos velórios, calando anedotário e galhofa em torno da pessoa desencarnada, tanto quanto cochichos impróprios ao pé do corpo inerte.

O companheiro recém-desencarnado pede, sem palavras, a caridade da prece ou do silêncio que o ajudem a refazer-se.

Desterrar de si quaisquer conversações ociosas, tratos comerciais ou comentários impróprios nos enterros a que comparecer.

A solenidade mortuária é ato de respeito e dignidade humana.

Transformar o culto da saudade, comumente expresso no oferecimento de coroas e flores, em donativos às instituições assistenciais, sem espírito sectário, fazendo o mesmo nas comemorações e homenagens a desencarnados, sejam elas pessoais ou gerais.

A saudade somente constrói quando associada ao labor do bem.

Ajuizar detidamente as questões referentes a testamentos, resoluções e votos, antes da desencarnação, para não experimentar choques prováveis, ante inesperadas incompreensões de parentes e companheiros.

O corpo que morre não se refaz.

Aproveitar a oportunidade do sepultamento para orar, ou discorrer sem afetação, quando chamado a isso, sobre a imortalidade da alma e sobre o valor da existência humana.

A morte exprime realidade quase totalmente incompreendida na Terra.


Do livro: "CONDUTA ESPÍRITA" pelo espírito André Luiz - psicografado por Waldo Vieira.




NO TEMPLO




“Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. - Jesus.
(MATEUS, 18:20).


Entrar pontualmente no templo espírita para tomar parte das reuniões, sem provocar alarido ou perturbações.

O templo é local previamente escolhido para encontro com as Forças Superiores.

Dedicar a melhor atenção aos doutrinadores, sem conversação, bocejo ou tosse bulhenta, para que seja mantido o justo respeito ao lar da oração.

Os atos da criatura revelam-lhe os propósitos.

Evitar aplausos e manifestações outras, as quais, apesar de interpretarem atitudes sinceras, por vezes geram desentendimentos e desequilíbrios vários.

O silêncio favorece a ordem.

Com espontaneidade, privar-se dos primeiros lugares no auditório, reservando-os para visitantes e pessoas fisicamente menos capazes.

O exemplo do bem começa nos gestos pequeninos.

Coibir-se de evocar a presença de determinada entidade, no curso das sessões, aceitando, sem exigência, os ditames da Esfera Superior no que tange ao bem geral.

A harmonia dos pensamentos condiciona a paz e o progresso de todos.

Acostumar-se a não confundir preguiça ou timidez com humildade, abraçando os encargos que lhe couberem, com desassombro e valor.

A disposição de servir, por si só, já simplifica os obstáculos.

Desaprovar a conservação de retratos, quadros, legendas ou quaisquer objetos que possam ser tidos na conta de apetrechos para ritual, tão usados em diversos meios religiosos.

Os aparatos exteriores têm cristalizado a fé em todas as civilizações terrenas.

Oferecer a tribuna doutrinária apenas a pessoas conhecidas dos irmãos dirigentes da Casa, para não acumpliciar-se, inadvertidamente, com pregações de princípios estranhos aos postulados espíritas.

Quem se ilumina, recebe a responsabilidade de preservar a luz.

Nas reuniões doutrinárias, jamais angariar donativos por meio de coletas, peditórios ou vendas de tômbolas, à vista dos inconvenientes que apresentam, de vez que tais expedientes podem ser tomados à conta de pagamento por benefícios.

A pureza da prática da Doutrina Espírita deve ser preservada a todo custo.



Do livro: "CONDUTA ESPÍRITA" pelo espírito André Luiz - psicografado por Waldo Vieira.




EM VIAGEM




“Andai como filhos da luz”. - Paulo.
(EFÉSIOS, 5:8).


Distribuir, por onde viajar, exortações de alegria e esperança, com quantos lhe partilhem o itinerário.

O verdadeiro espírita jamais perde oportunidade de fazer o bem.

Tratar generosamente os companheiros do caminho.

A qualidade da fé que alimentamos transparece de toda ação.

Ceder, dentro das possibilidades naturais, as melhores posições nas viaturas aos companheiros mais necessitados.

Um gesto simples define uma causa.

Sem esquecer os próprios objetivos, prever com estudo judicioso e minudente os percalços e as metas da viagem.

A previdência exprime vigilância.

Nas aproximações afetivas, comuns àqueles que viajam, fixar demonstrações de otimismo para que a tristeza não prejudique a obra da confiança.

O otimismo gera paz e simpatia.

Na atenção devida aos companheiros, cuidar com estima e apreço de todas as encomendas, recados e notícias de que seja portador.

O intercâmbio amigo destrói o insulamento.

Não se esquecer do respeito, da gentileza e da cordialidade com que se devem tratar indistintamente funcionários e servidores em veículos, hotéis, repartições e lugares públicos.

Aquele que anda, imprime sinais por onde passa.



Do livro: "CONDUTA ESPÍRITA" pelo espírito André Luiz - psicografado por Waldo Vieira.




NA VIA PÚBLICA




“Vede prudentemente como andais”. - Paulo.
(EFÉSIOS, 5:15).


Demonstrar, com exemplos, que o espírita é cristão em qualquer local.

A Vinha do Senhor é o mundo inteiro.

Colaborar na higiene das vias públicas, não atirando detritos nas calçadas e nas sarjetas.

As pessoas de bons costumes se revelam nos menores atos.

Consagrar os direitos alheios, usando cordialidade e brandura com todo transeunte, seja ele quem for.

O culto da caridade não exige circunstâncias especiais.

Cumprimentar com serenidade e alegria as pessoas que convivem conosco, inspirando-lhes confiança.

A saudação fraterna é cartão de paz.

Exteriorizar gentileza e compreensão para com todos, prestando de boamente informações aos que se interessem por elas, auxiliando as crianças, os enfermos e as pessoas fatigadas em meio ao trânsito público, nesse ou naquele mister.

Alguns instantes de solidariedade semeiam simpatia e júbilo para sempre.

Coibir-se de provocar alarido na multidão, através de gritos ou brincadeiras inconvenientes, mantendo silêncio e respeito, junto às residências particulares, e justa veneração diante dos hospitais e das escolas, dos templos e dos presídios.

A elegância moral é o selo vivo da educação.

Abolir o divertimento impiedoso com os mutilados, com os enfermos mentais, com os mendigos e com os animais que nos surjam à frente.

Os menos felizes são credores de maior compaixão.

Proteger, com desvelo, caminhos e jardins, monumentos e pisos, árvores e demais recursos de beleza e conforto, dos lugares onde estiver.

O logradouro público é salão de visita para toda a comunidade.



Do livro: "CONDUTA ESPÍRITA" pelo espírito André Luiz - psicografado por Waldo Vieira.



PALAVRAS





"Da mesma boca procede bênção e maldição".
(TIAGO, 3:10).


Nunca te arrependerás:

De haver ouvido cem frases, pronunciando simplesmente uma ou outra pequena observação.

De evitar o comentário alusivo ao mal, qualquer que seja.

De calar a explosão de cólera.

De preferir o silêncio nos instantes de irritação.

De renunciar aos palpites levianos nas menores controvérsias.

De não opinar em problemas que te não dizem respeito.

De esquivar-te a promessas que não poderias cumprir.

De meditar muitas horas sem abrir os lábios.

De apenas sorrir sempre que visitado pela desilusão ou pela amargura.

De fugir a reclamações de qualquer natureza.

De estimular o bem sob todos os prismas.

De pronunciar palavras de perdão e bondade.

De explanar sobre o otimismo, a fé e a esperança.

De exaltar a confiança no Céu.

De ensinar o que seja útil, verdadeiro e santificante.

De prestar informações que ajudem aos outros.

De exprimir bons pensamentos.

De formular apelos à fraternidade e à concórdia.

De demonstrar benevolência e compreensão.

De fortalecer o trabalho e a educação, a justiça e o dever, a paz e o bem, ainda mesmo com sacrifício do próprio coração.

Examina o sentido, o modo e a direção de tuas palavras, antes de pronunciá-las.

Da mesma boca procede bênção ou maldição para o caminho.



Do livro: "VINHA DE LUZ" pelo espírito Emmanuel - psicografado por Francisco Cândido Xavier.



AMARGURA




"Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem". - Paulo. (HEBREUS, 12:15).


Para bem servir ao Senhor, não é razoável marchemos ao longo do trabalho honroso à maneira de cooperadores lacrimosos e descontentes.

A mágoa, muitas vezes, traduz desconfiança e deslealdade.

O coração operoso e confiante nunca perde o otimismo, colocando-se, antes de tudo, à frente do Infinito e da Eternidade.

Há dificuldades e problemas?

Prossigamos em serviço e o Mestre Divino oferecer-nos-á a solução.

Há sombras?

Lembremo-nos de que não existem nuvens eternas, porque o Centro da Criação é Luz Imperecível.

Há quedas?

Estejamos convictos de que o reerguimento não se fará esperar.

O dever do trabalhador é continuar a tarefa que lhe foi conferida, tanto quanto a obrigação do servo fiel é marchar na realização do programa de quem lhe concedeu a bênção do serviço edificante.

Tenhamos em mente que, em favor do êxito geral de nosso esforço, é imprescindível o incessante combate às raízes de amargura no coração.

Se brotarem livremente, serão venenosos arbustos, prejudicando a movimentação dos interesses coletivos de elevação e paz.

Guardemos reflexão e prudência, mas destruamos a amargura injustificável, para que não perturbemos a obra do Mestre e para que os nossos amados não se privem da graça de Deus.


Do livro: "VINHA DE LUZ" pelo espírito Emmanuel - psicografado por Francisco Cândido Xavier.



NISTO CONHECEREMOS




"Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro".
(I JOÃO, 4:6).


Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas, perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa; esquecendo o mal para construir o bem; amparando com sinceridade aos que nos aborrecem; cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam; olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos; guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração; perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem; negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos; carregando nossas dificuldades como dádivas celestes; recebendo adversários por instrutores; bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior; convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade; descortinando ensejos de servir em toda parte; compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados; amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.


Do livro: "VINHA DE LUZ" pelo espírito Emmanuel - psicografado por Francisco Cândido Xavier.




PAZ DO MUNDO E PAZ DO CRISTO




"A paz vos deixo, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá". - Jesus. (JOÃO, 14:27).


É indispensável não confundir a paz do mundo com a paz do Cristo.

A calma do plano inferior pode não passar de estacionamento.

A serenidade das esferas mais altas significa trabalho divino, a caminho da Luz Imortal.

O mundo consegue proporcionar muitos acordos e arranjos nesse terreno, mas somente o Senhor pode outorgar ao espírito a paz verdadeira.

Nos círculos da carne, a paz das nações costuma representar o silêncio provisório das baionetas; a dos abastados inconscientes é a preguiça improdutiva e incapaz; a dos que se revoltam, no quadro de lutas necessárias, é a manifestação do desespero doentio; a dos ociosos sistemáticos, é a fuga ao trabalho; a dos arbitrários, é a satisfação dos próprios caprichos; a dos vaidosos, é o aplauso da ignorância; a dos vingativos, é a destruição dos adversários; a dos maus, é a vitória da crueldade; a dos negociantes sagazes, é a exploração inferior; a dos que se agarram às sensações de baixo teor, é a viciação dos sentidos; a dos comilões, é o repasto opulento do estômago, embora haja fome espiritual no coração.

Há muitos ímpios, caluniadores, criminosos e indiferentes que desfrutam a paz do mundo. 

Sentem-se triunfantes, venturosos e dominadores no século.

A ignorância endinheirada, a vaidade bem vestida e a preguiça inteligente sempre dirão que seguem muito bem.

Não te esqueças, contudo, de que a paz do mundo pode ser, muitas vezes, o sono enfermiço da alma.

Busca, desse modo, aquela paz do Senhor, paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada, portas a dentro do espírito, no campo da consciência e no santuário do coração.




Do livro: "VINHA DE LUZ" pelo espírito Emmanuel - psicografado por Francisco Cândido Xavier.




A PRECE RECOMPÕE




"E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos".
(ATOS, 4:31).


Na construção de simples casa de pedra, há que despender longo esforço para ajustar ambiente próprio, removendo óbices, eliminando asperezas e melhorando a paisagem.

Quando não é necessário acertar o solo rugoso, é preciso, muitas vezes, aterrar o chão, formando leito seguro, à base forte.

Instrumentos variados movimentam-se, metódicos, no trabalho renovador.

Assim também na esfera de cogitações de ordem espiritual.

Na edificação da paz doméstica, na realização dos ideais generosos, no desdobramento de serviços edificantes, urge providenciar recursos ao entendimento geral, com vistas à cooperação, à responsabilidade, ao processo de ação imprescindível.

E, sem dúvida, a prece representa a indispensável alavanca renovadora, demovendo obstáculos no terreno duro da incompreensão.

A oração é divina voz do espírito no grande silêncio.

Nem sempre se caracteriza por sons articulados na conceituação verbal, mas, invariavelmente, é prodigioso poder espiritual comunicando emoções e pensamentos, imagens e idéias, desfazendo empecilhos, limpando estradas, reformando concepções e melhorando o quadro mental em que nos cabe cumprir a tarefa a que o Pai nos convoca.

Muitas vezes, nas lutas do discípulo sincero do Evangelho, a maioria dos afeiçoados não lhe entende os propósitos, os amigos desertam, os familiares cedem à sombra e à ignorância; entretanto, basta que ele se refugie no santuário da própria vida, emitindo as energias benéficas do amor e da compreensão, para que se mova, na direção de mais alto, o lugar em que se demora com os seus.

A prece tecida de inquietação e angústia não pode distanciar-se dos gritos desordenados de quem prefere a aflição e se entrega à imprudência, mas a oração tecida de harmonia e confiança é força imprimindo direção à bússola da fé viva, recompondo a paisagem em que vivemos e traçando rumos novos para a vida superior.



Do livro: "VINHA DE LUZ" pelo espírito Emmanuel - psicografado por Francisco Cândido Xavier.




SUBSTITUTOS




"Para alumiar os que estão assentados em trevas e sombra de morte, a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz".
(LUCAS, 1:79).


É razoável que o administrador distribua serviço e responda pela mordomia que lhe foi confiada.

Detendo encargos da direção, o homem é obrigado a movimentar grande número de pessoas.

Orientará os seus dirigidos, educará os subalternos, dar-lhes-á incumbências que lhes apurem as qualidades no serviço.

Ainda assim, o dirigente não se exime das obrigações fundamentais que lhe competem.

Se houve alguém que poderia mobilizar milhões de substitutos para o testemunho na Crosta da Terra, esse alguém foi Jesus.

Dispunha o Senhor de legiões de emissários esclarecidos, mantinha incalculáveis reservas ao seu dispor. Poderia enviar ao mundo iluminados filósofos para renovarem o entendimento das criaturas, médicos sábios que curassem os cegos e os loucos, condutores fiéis, dedicados a ensinar o caminho do bem.

Em verdade, desde os primórdios da organização humana mobiliza o Senhor a multidão de seus cooperadores diretos, a nosso favor, mesmo porque suas mãos divinas enfeixam o poder administrativo da Terra, mas urge reconhecer que, no momento julgado essencial para o lançamento do Reino de Deus entre os homens, veio, Ele mesmo, à nossa esfera de sombras e conflitos.

Não enviou substitutos ou representantes. Assumiu a responsabilidade de seus ensinamentos e, sozinho, suportou a incompreensão e a cruz.

Inspiremo-nos no Cristo e atendamos pessoalmente ao dever que a vida nos confere.

Perante o Supremo Senhor, todos temos serviço intransferível.


Do livro: "VINHA DE LUZ" pelo espírito Emmanuel - psicografado por Francisco Cândido Xavier.




COMO SOFRES?




"Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte". - Pedro.
(I PEDRO, 4:16.)



Não basta sofrer simplesmente para ascender à glória espiritual. Indispensável é saber sofrer, extraindo as bênçãos de luz que a dor oferece ao coração sequioso de paz.

Muita gente padece, mas quantas criaturas se complicam, angustiadamente, por não saberem aproveitar as provas retificadoras e santificantes?

Vemos os que recebem a calúnia, transmitindo-a aos vizinhos; os que são atormentados por acusações, arrastando companheiros às perturbações que os assaltam; e os que pretendem eliminar enfermidades reparadoras, com a desesperação.

Quantos corações se transformam em poços envenenados de ódio e amargura, porque pequenos sofrimentos lhes invadiram o circulo pessoal? Não são poucos os que batem à porta da desilusão, da descrença, da desconfiança ou da revolta injustificáveis, em razão de alguns caprichos desatendidos.

Seria útil sofrer com a volúpia de estender o sofrimento aos outros? não será agravar a divida o ato de agressão ao credor, somente porque resolveu ele chamar-nos a contas?

Raros homens aprendem a encontrar o proveito das tribulações. A maioria menospreza a oportunidade de edificação e, sobretudo, agrava os próprios débitos, confundindo o próximo e precipitando companheiros em zonas perturbadas do caminho evolutivo.

Todas as criaturas sofrem no cadinho das experiências necessárias, mas bem poucos espíritos sabem padecer como cristãos, glorificando a Deus.


Do livro: "VINHA DE LUZ" pelo espírito Emmanuel - psicografado por Francisco Cândido Xavier.