Essa lenha pobre e seca,
Que se entrega com bondade,
É sugestão do caminho
E exemplifica a humildade.
Já pensaste em seu passado?
Um lenho seco... que era?
Talvez o galho mais lindo
Dos dias da primavera.
Quem sabe? talvez um tronco,
Terno abrigo nos caminhos,
Um palácio nobre e verde
De flores e passarinhos.
No entanto, em missão de auxílio,
Com santa resignação,
Não se nega a cooperar
Nas máquinas de carvão.
Em noite chuvosa e fria,
Ela é a doce companheira
Que aquece as recordações,
Crepitando na lareira.
Ao seu calor, os mais velhos
Acham prazer na lembrança;
Os mais moços a alegria
De comentar a esperança.
Morrendo animosamente,
Em chamas de luz e graça,
Ela sabe que é de Deus,
Por isso trabalha e passa.
Se viveu rindo e cantando,
Entre seivas e prazeres,
Com os mesmos encantamentos,
Cumpre os últimos deveres.
Ah! quão poucos na jornada
Convertem reminiscências
Em calor, vida e perfume
De novas experiências!...
*
Mas chega o dia em que o homem,
Sem combater, sem negar-se,
Precisa, como essa lenha,
Da coragem de apagar-se.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier
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