Nas bênçãos de paz da noite,
Talvez a maior beleza
Seja o luar que se espalha
Na vida da Natureza.
O campo dorme em silêncio,
E o luar na estrada em flor
Distribui com toda a planta
O orvalho confortador.
Do céu alto manda brisas
Alegres e perfumadas
Beijar as folhas mais pobres,
Tristonhas e abandonadas.
Por todo o lugar desdobra
Sua luz aberta em palmas,
Afagando as esperanças
Do divino amor das almas.
Em toda parte onde exista
O anseio de um coração,
Ensina o carinho amigo
Do alfabeto da afeição.
Desde os tempos mais remotos,
O luar, pelas estradas,
Foi tido como padrinho
Das almas enamoradas.
Ao nosso ver, todavia,
Nas grandes lições do mundo,
Sua imagem representa
Simbolismo mais profundo.
Sua luz mantém na noite
A mais nobre das disputas,
Não cedendo à treva espessa
As posses absolutas.
Entre os homens deste mundo,
O mal, o crime e o ateísmo
Tudo ensombram provocando
A noite de um grande abismo.
*
Mas a esperança resiste
E acende na noite imensa.
A luz clara e generosa
Do eterno luar da crença.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier
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