sábado, 24 de maio de 2014

O CUPIM



Causa pena olhar o campo
Quando pobre de verdura,
Sofre a terra a intromissão
Do cupim que a desfigura.

Debalde a vegetação
Se estende em ramaria,
O solo não apresenta
A mesma fisionomia.

O cupim obstinado
Multiplica-se em rebentos,
Parece que o chão se cobre
De tumores pustulentos.

Em vão, a chuva convida
Às forças de produção,
Debalde o Sol traz a luz
De paz e renovação.

Não faltam bênçãos do Céu
Que atendam aos dons da vida,
Mas a terra permanece
Desolada e ressequida.

O cupim vai provocando
Estrago, calamidade,
E o campo mostra ruínas,
Miséria, esterilidade.

Às vezes são necessários
Muito esforço, muitas dores,
Por expulsar a família
Dos insetos invasores.

Sem trabalhos decididos
Por parte da agricultura,
O cupim transforma a terra
Numa extensa sepultura.

Lembremos, vendo esse quadro
Da esfera dos lavradores,
As almas avassaladas
De idéias inferiores.

*

Sê forte em qualquer trabalho,
Cada luta é uma lição.
Tristezas e desalentos
São cupins no coração.



Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



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