sábado, 24 de maio de 2014

O REMÉDIO



O doente neste mundo,
Que deseje melhorar,
Jamais encontra remédio
Saboroso ao paladar.

Por ministrar reconforto,
Fazendo caminho à cura,
O melhor medicamento
Tem ressaibos de amargura.

Todo enfermo esclarecido,
De senso nobre e louvável,
Já sabe que seu remédio
Tem gosto desagradável.

Se a memória é renitente,
Mais áspera e mais revel,
A justa medicação
Amarga, sabendo a fel.

Por vezes, a beberagem
Não basta à restauração,
É preciso o bisturi
Na zona de intervenção.

Contra o campo infeccioso,
Providência compulsória,
Angústias do pensamento
Sobre a mesa operatória.

Há remédios variados:
Purgante, choque, sangria,
Compressas e pedilúvios,
Recursos de cirurgia.

Sempre o fel do sofrimento
Amigo, reparador,
Tortura que retifica
A dor que remove a dor.

Se é grande o sacrifício
No campo da cura externa,
Pondera sobre o equilíbrio
Necessário à vida eterna.

*

Nos dias de grandes dores,
Vive a fé, guarda-te em calma.
Grandes males no teu corpo
São remédios na tua alma.



Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



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