O doente neste mundo,
Que deseje melhorar,
Jamais encontra remédio
Saboroso ao paladar.
Por ministrar reconforto,
Fazendo caminho à cura,
O melhor medicamento
Tem ressaibos de amargura.
Todo enfermo esclarecido,
De senso nobre e louvável,
Já sabe que seu remédio
Tem gosto desagradável.
Se a memória é renitente,
Mais áspera e mais revel,
A justa medicação
Amarga, sabendo a fel.
Por vezes, a beberagem
Não basta à restauração,
É preciso o bisturi
Na zona de intervenção.
Contra o campo infeccioso,
Providência compulsória,
Angústias do pensamento
Sobre a mesa operatória.
Há remédios variados:
Purgante, choque, sangria,
Compressas e pedilúvios,
Recursos de cirurgia.
Sempre o fel do sofrimento
Amigo, reparador,
Tortura que retifica
A dor que remove a dor.
Se é grande o sacrifício
No campo da cura externa,
Pondera sobre o equilíbrio
Necessário à vida eterna.
*
Nos dias de grandes dores,
Vive a fé, guarda-te em calma.
Grandes males no teu corpo
São remédios na tua alma.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier
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