sábado, 24 de maio de 2014

O INCÊNDIO



Elevam-se labaredas. . .
O fogo ameaçador
Foi centelha, mas agora
É incêndio devorador.

Ninguém lhe conhece a origem
Obscura, nebulosa,
Ninguém sabe onde se oculta
A mão rude e criminosa.

A fogueira continua
Buscando mais alto nível,
Aumentando de extensão
Quando ganha em combustível.

Estalam antigos móveis,
Prosseguem a destruição;
Em torno anseio infinito,
Amarga desolação.

Língua rubra, formidanda ,
Varre agora a cumieira.
Toda a casa se esboroa. . .
Sob a ação dessa fogueira.

Desdobra-se o nobre esforço
De amparar e socorrer,
A bondade põe-se em campo,
Ciosa do seu dever.

Entretanto, embora o auxílio
Dos trabalhos de emergência,
A nota predominante
É o carvão da experiência.

Assim é o mal neste mundo:
A princípio, sem que doa,
Envolve a perversidade
Em forma de coisa a toa.

Depois, é o braseiro extenso,
O furor incendiário,
Que atinge distância enorme
Com a lenha do comentário.

*

Vigia-te a cada instante,
Atende, pensa, examina!
Todo incêndio começou
Na fagulha pequenina.



Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



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