Tristeza, luto e silêncio,
Desolação e amargor.
O quadro de um cemitério
Inspira saudade e dor.
Aqui, lápides custosas,
Ali, raros mausoléus,
Anjos de pedra apontando
A cúpula azul dos céus.
Além sepulturas pobres,
Sem o mármore das lousas,
Que se confundem sem palmas
No seio comum das coisas.
Em uns, a ambição pomposa
Que se estende à própria morte;
Em outros, o esquecimento,
Contrastes das mãos da sorte.
Mas em todos os recantos,
A realidade é a lição
Do túmulo: o estojo triste
De sombras e podridão.
E o cemitério descansa
Em triste serenidade,
Assinalando em silêncio
O fim de toda a vaidade.
No entanto, entre as cruzes mortas,
Sobre corpos verminados,
A primavera traz lírios
Risonhos e perfumados.
Cantam rosas de alegria
Sobre as dores da tristeza;
O cipreste enfeita os dias
E as noites da Natureza.
Já observaste? No mundo,
Nos trilhos mais viciados,
Temos sido muitas vezes
Como “túmulos caiados”.
*
Mas Jesus que é o Jardineiro
Da paz, do amor, da bonança,
Faz florir em nossas trevas
Seus caminhos de esperança.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier
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