Dos serviços da olaria,
Onde há lama em desconsolo,
É justo aqui salientar
As sugestões do tijolo.
Barro pobre e ignorado,
Extraído em baixo nível,
A princípio não parece
Mais que lama desprezível.
Batido, dilacerado,
Ao peso do amassador,
É pasta lodosa e humilde
Do subsolo inferior.
Após o rigor imenso
De luta grande e escabrosa,
Levado ao forno candente,
Sofre a queima dolorosa.
Apagado o fogo rude,
O tijolo pequenino,
Embora a modéstia enorme,
É retângulo divino.
Saiu da lama humilhada,
Foi pisado de aspereza,
Foi queimado, mas agora
É base de fortaleza.
Apesar da pequenez,
É a nota amiga e segura,
Que constrói bondosamente
A casa da criatura.
É a bênção, filha do pó,
Que as fornalhas não consomem,
É terra purificada,
Servindo de abrigo ao homem.
Procura, amigo, entender
Este símbolo profundo:
Não te esqueças do trabalho
Na olaria deste mundo.
*
Tão logo purificares
O barro inferior do mal,
A experiência é o tijolo
Em tua casa imortal.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier
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