Emanuel Von Swedenborg
Arthur Conan Doyle a ele se
referiu como a maior e mais alta inteligência humana. Em verdade, Emanuel von
Swedenborg, nascido em Estocolmo a 29 de janeiro de 1688, filho de um bispo da
Igreja luterana sueca, viveu na austera atmosfera evangélica alguns anos de sua
vida. Foi profundo estudioso da Bíblia.
Estudou em Upsala e visitou
a Alemanha, a França, a Holanda e a Inglaterra, a fim de ampliar seus extensos
conhecimentos de matemática, mecânica, astronomia, geologia e mineralogia.
Aos 22 anos publicou um
volume de versos latinos e aos 28 foi nomeado assessor de minas do governo
sueco. Versátil, tanto quanto Leonardo da Vinci, criou engenhos mecânicos para
transportar barcos por terra, analisou a economia da moeda corrente, a produção
e o custo do álcool, a aplicação do sistema decimal, a relação entre importações
e exportações e a economia nacional.
Próximo aos 30 anos,
voltou-se para a paleontologia, a geologia, o estudo dos fósseis e chegou a desenvolver
uma avançada teoria sobre a expansão nebular, para explicar a origem do sistema
solar. Dedicou-se também aos estudos da Medicina e da Fisiologia.
Era hábil em latim, grego,
inglês, além de sua língua pátria e chegou a estudar hebraico, a fim de
empreender uma reinterpretação do Velho e do Novo Testamento.
A primeira parte de sua vida
foi notadamente voltada para o intelecto. Contudo, embora ainda menino tivesse
visões, foi em abril de 1744 que se iniciou uma nova etapa, a da investigação
em busca de conhecimentos sobre a alma humana relacionada com Deus e o universo
numa estrutura da ideia cristã.
Conforme suas palavras,
"...o mundo dos Espíritos, do céu e do inferno, abriu-se convincentemente
para mim, e aí encontrei muitas pessoas de meu conhecimento e de todas as
condições. Desde então diariamente o Senhor abria os olhos de meu Espírito para
ver, perfeitamente desperto, o que se passava no outro mundo e para conversar,
em plena consciência, com anjos e Espíritos”.
Considerado como um dos
precursores das ideias espíritas, em suas obras "Céu e Inferno",
"A nova Jerusalém" e "Arcana Coelestia" descreveu o
processo da morte e o mundo do além, detalhando sua estrutura. Falou de casas
onde viviam famílias, templos onde praticavam o culto, auditórios onde se
reuniam para fins sociais. Descreveu várias esferas, representando os graus de
luminosidade e de felicidade dos espíritos. Afirmou não existirem anjos e
demônios, mas simplesmente seres humanos, saídos da carne e em estado
retardatário, ou altamente desenvolvidos. Descartou a possibilidade da
existência de penas eternas.
A afirmação de contatos com
os espíritos e suas experiências psíquicas, inclusive de dupla vista, atraíram
amigos e lhe conquistaram adversários. Suas visões à distância foram
detalhadamente investigadas, como a ocorrida no dia 19 de julho de 1759, na cidade
de Göteborg, a 480 km da capital sueca. Naquela tarde, Swedenborg jantou com a
família de William Castell, juntamente com mais umas 15 pessoas e descreveu,
pálido e alarmado, o incêndio que irrompera às 3 horas daquela tarde e foi
dominado às 8 horas da noite, a uma distância de três portas de sua própria
casa. Este dia era um sábado e somente na terça-feira, uma mensagem real
confirmou os fatos, inclusive o detalhe de ter sido dominado às 8 horas da
noite.
Esse homem notável, enérgico
quando rapaz e amável na velhice, era bondoso e sereno. Prático, trabalhador,
era de estatura alta, delgado, de olhos azuis, apresentando-se sempre impecável
com sua peruca até os ombros, roupas escuras, calções curtos, fivelas nos
sapatos e bengala.
Desencarnando em 29 de março
de 1772, em Londres, cidade onde viveu muitos anos e onde se deu a eclosão da
sua mediunidade, apresentar-se-ia 72 anos mais tarde, numa tarde de março de
1844, a um jovem de nome Andrew Jackson Davis, como um de seus mentores, junto
ao espírito Galeno, passando a assessorá-lo em sua jornada mediúnica.
Na Codificação, seu nome
figura em Prolegômenos, atestando a sua participação efetiva, como membro da
equipe do Espírito de Verdade, contribuindo para a instalação da Terceira
Revelação junto aos homens.
Relação de suas obras:
1.734 - Opera Philosophica
et Mineralia
1.740/41 - Oeconomia Regni
Animalis
1.744 - Regnum Animale
1.749-58 - Arcana Coelestia
1.758 - De Equo Albo in
Apocalypsi
1.758 - De Nova Hierosolyma
1.758 - De Coelo et Inferno
1.769 - Apocalypsis Revelata
1.769 - Summaria Expositio
Doctrinae Novae Ecclesia
1.771 - Vera Christiana
Religio
Fonte: História
do Espiritismo, Arthur Conan Doyle, Eles conheceram o
desconhecido, Martin Ebon e Enciclopédia Mirador Internacional -
vol. 19.
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