Manoel Philomeno de Mirando
Há
121 anos nascia, em Jangada, município do Conde, Estado da Bahia, o discípulo
fiel da seara de Jesus, Manoel Philomeno de Miranda.
Conheceu
o Espiritismo através do médium Saturnino Favila, em 1.914. Por essa época
conheceu José Petitinga, estabelecendo relações com ele, ao mesmo tempo em que
começava a frequentar as sessões da União Espírita Baiana que havia sido
recentemente fundada, em 1.915.
Discípulo
de José Petitinga, tinha a mesma maneira especial de tratar e doutrinar os
assistentes das sessões da “União”, sempre baseadas num magistral versículo
evangélico.
Desde
1.918 Miranda participava assiduamente das sessões, interessado superiormente
nos assuntos doutrinários do Espiritismo e um dos mais firmes adeptos dos seus
ensinos.
Fez
parte da diretoria da União Espírita Baiana desde 1.921 até o dia da sua desencarnação,
em 14 de julho de 1.942. Também presidia as sessões mediúnicas e trabalhos do
Grupo Fraternidade. Durante esse longo período, Miranda foi um baluarte do
Espiritismo. Onde estivesse, aí estaria a doutrina e sua propaganda exercida
com proficiência de um douto, um abnegado.
Delicado
no trato, mas heroico na luta. Publicou, sem o seu nome, as obras “Resenha do
Espiritismo na Bahia” e “Excertos que justificam o Espiritismo”, além do
opúsculo “Porque sou Espírita” em resposta ao Pe. Huberto Rohden.
Sofrendo
do coração, subia as escadas a fim de não faltar às sessões, sorrindo e sempre
animado. Queria extinguir-se no seu cumprimento. Sentia imensa alegria em dar
os seus dias ao serviço do Cristo.
Sobre
as suas últimas palavras, assim escreve A. M. Cardoso e Silva: “Agora sim! Não
vou porque não posso mais. Estou satisfeito porque cumpri o meu dever. Fiz o
que pude... o que me foi possível. Tome conta dos trabalhos, conforme já determinei”.
Era antevéspera da sua desencarnação.
Querido
de quantos o conheceram - porque quem o conhecia não podia deixar de amá-lo -,
até o último instante demonstrou a firmeza da tranquilidade dos justos, proclamando
e testemunhando a grandeza imortal da Doutrina Espírita.
Divaldo
Pereira Franco nos conta como iniciou seu relacionamento com o amoroso
Benfeitor, conforme relato no livro Semeador de Estrelas, da escritora e médium
Suely Caldas Schubert: “No ano de 1.950 Chico Xavier psicografou para mim uma
mensagem ditada pelo Espírito José Petitinga e no próximo encontro uma outra
ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda.
(...)
“No ano de 1.970 apareceu-me o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, dizendo
que, na Terra, havia trabalhado na União Espírita Baiana, tendo exercido vários
cargos, dedicando-se, especialmente à tarefa do estudo da mediunidade e da desobsessão”.
“Quando chegou ao Mundo Espiritual foi estudar em mais profundidade as
alienações por obsessão e as técnicas correspondentes da desobsessão”.
(...)
“Convidado por Joanna de Ângelis, para trazer o seu contributo em torno da
mediunidade, da obsessão e desobsessão, ele ficou quase trinta anos realizando estudos
e pesquisas e elaborando trabalhos que mais tarde iria enfeixar em livros”.
“Ao
me aparecer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meu
intermédio. Levou-me a uma reunião, no Mundo Espiritual, onde reside, e ali, mostrou-me
como eram realizadas as experiências de prolongamento da vida física através da
transfusão de energia utilizando-se do perispírito”.
“Depois
de uma convivência de mais de um mês, aparecendo-me diariamente, para facilitar
o intercâmbio psíquico entre ele e mim, começou a escrever “Nos Bastidores da Obsessão”,
que são relatos, em torno da vida espiritual, das técnicas obsessivas e de desobsessão”.
(...)
“Na visita que Manoel Philomeno me permitiu fazer à Colônia em que ele se
hospedava, levou-me a uma curiosa biblioteca. Mostrou-me como são arquivados os
trabalhos gráficos que se fazem na Terra. Disse-me que, quando um escritor ou um
médium, seja quem for, escreve algo que beneficia a Humanidade - no caso do escritor
- é um profissional, mas, o que ele produz é edificante, nessa biblioteca fica inscrito,
com um tipo de letra bem característico, traduzindo a nobreza do seu conteúdo.
À medida que a mente, aqui, no planeta, vai elaborando, simultaneamente vai
plasmando lá, nesses fichários muito sensíveis, que captam a onda mental e tudo
imprimem”.
“Quando
a pessoa escreve por ideal e não é remunerado, ao se abrirem esses livros, as
letras adquirem relevo e são de uma forma muito agradável à vista, tendo uma
peculiar luminosidade. Se a pessoa, porém, o faz por ideal e estando num momento
difícil, sofrido, mas ainda assim escreve com beleza, esquecendo-se de si mesma,
para ajudar a sociedade, a criatura humana, ao abrir-se o livro, as letras adquirem
uma vibração musical e se transformam em verdadeiros cantos, em que a pessoa
ouve, vê e capta os registros psíquicos de quando o autor estava elaborando a tese”.
“O oposto também é verdadeiro”.
(...)
“Eis porque vale a pena, quando estamos desalentados e sofridos, não desanimarmos
e continuarmos as nossas tarefas, o que lhes dá um valor muito maior. Porque o
trabalho diletante, o desportivo, o do prazer, já tem, na própria ação, a sua gratificação,
enquanto o de sacrifício e de sofrimento exige a abnegação da pessoa, o esforço,
a renúncia e, acima de tudo, a tenacidade, para tornar real algo que gostaria que
acontecesse, embora o esteja realizando por entre dores e lágrimas”.
Fonte: “Projeto Manoel P.
de Miranda - Reuniões Mediúnicas”
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