Gabriel Delanne
Gabriel Delanne era filho de
pais espíritas convictos e praticantes, sendo o seu pai um dos fundadores da
Liga Parisiense de Ensino e afeiçoado amigo de Allan Kardec, fazendo parte com este
da direção da Sociedade Espírita fundada por ambos. Sua mãe, portadora de
mediunidade ostensiva, muito colaborou na codificação Kardequiana com suas
comunicações, transmitindo informações confiáveis filtradas do mundo espiritual
através de seus dons.
Nasceu portanto esse grande
defensor do Espiritismo em ambiente espiritual propício à sua preparação, o que
se fez nos moldes rigorosamente científicos e com estrita fidelidade ao seu codificador.
Afirmando sempre que a sua crença inabalável era a espírita, e dedicando-se
desde cedo à pesquisa experimental dos fatos presenciados dentro da sua própria
casa, veio a receber da espiritualidade uma mensagem cujo teor o faria mais
dedicado e disciplinado para com suas pesquisas. Dizia a mensagem:
"Nada temas. Tem
confiança. Jamais ser rico do ponto de vista material. Coisa alguma, porém, te
faltar na vida".
Em 1883 ele fundou a revista
"O Espiritismo" graças à generosidade de uma inglesa, Elisabeth
D'Esperance, que lhe doou o dinheiro para as despesas.
Passou então a realizar experiências
com grandes médiuns. Em 1904 juntamente com Charles Richet e outros estudiosos,
presenciou os prodigiosos fenômenos de materialização de Vila Cármen, em Argel.
A produção literária de
Delanne não se apoia em especulações imaginárias, mas em fatos por ele mesmo investigados
e confirmados. Dedicando-se de maneira especial ao trabalho de demonstrar que o
Espiritismo se apoia em bases científicas, escreveu essas principais obras hoje
conhecidas em todo o mundo:
"Pesquisas sobre a
Mediunidade", "A Alma é Imortal", "O Espiritismo perante a
Ciência", "O Fenômeno Espírita ","A Evolução Anímica",
"As Aparições Materializadas de Vivos e Mortos", "Documentos
para o Estudo da Reencarnação"; e finalmente "A Reencarnação".
Em "O Espiritismo
perante a Ciência", ele traça com rara maestria um quadro completo dos dados
que o psiquismo pode apresentar para merecer o respeito dos cientistas. E como demonstração
da admirável segurança de sua argumentação, basta que se lance os olhos sobre
suas páginas e verifique-se, que desde a época já distante em que apareceu a
primeira edição desta obra, o seu autor teve a satisfação de verificar que
algumas das mais importantes teorias expostas tiveram a consagração da Ciência.
Em sua luta para estabelecer
a verdade espírita, sabedor dos males gerados pela ignorância, pelo fanatismo e
pela paixão desregrada escreve:
"A luta é inflamada e
provavelmente será longa, de vez que os prejuízos religiosos e científicos se
mostram obstinados. Insensivelmente, porém, a evidência acaba impondo-se. Temos
agora a convicção de que a certeza da imortalidade se tornar uma verdade
científica, cujas consequências benfazejas, fazendo-se sentir no mundo inteiro,
mudarão os destinos da humanidade".
Homem de mentalidade
politécnica, afeiçoado desde cedo aos estudos exatos, às observações frias, às
deduções rigorosas, foi o chefe supremo da parte experimental do Espiritismo à
qual deu o maior desenvolvimento, ainda não suplantado.
Delanne fez ver através de
suas obras que a Física moderna, o magnetismo, o hipnotismo, a sugestão verbal
ou mental, a clarividência, a telepatia e o Espiritismo, todos esses
conhecimentos novos são convergentes para as fronteiras espirituais. Tornou
evidente que as provas das comunicações dos espíritos, sendo tão numerosas quão
variadas tornariam o Espiritismo uma demonstração científica da imortalidade.
Em sua luta incessante
iniciada aos 13 anos, publicou aos 68 anos de idade uma obra de incomparável
valor intitulada "A Reencarnação", última de seu gênio privilegiado.
Pela solidez apresentada, pelo rigor de sua lógica, pelo valor de sua
argumentação, pela escolha de suas provas, pela superioridade de sua tese, e
pela imparcialidade com que apresenta os fatos, essa obra ‚ a primeira da
coleção delanneana.
Abordando todas as
angulações elaboradas pela codificação, Delanne sempre respondia com humildade
sobre sua própria obra:
"Nada tenho dilatado.
Tudo que há é de Kardec. Apenas tenho feito constatações. Mostrei-as em meus
livros e demonstro-as na prática diária. Nada acrescento".
Excesso de modéstia dele.
Sua obra complementa e solidifica os ensinamentos de Kardec, abordando temas
correlatos e aprofundando outros onde o grande codificador não dispusera de tempo
para considerações maiores.
Delanne foi o pesquisador
que de maneira incansável soube aproximar a ciência da religião, certo que
ambas teriam que caminhar unidas para uma compreensão lógica do universo e dos
seus habitantes, os espíritos.
O insigne pesquisador
dedicou toda a sua vida à propagação do Espiritismo, pelo qual se sacrificou
inutilmente aos olhos daqueles que só veem no imediatismo a verdadeira razão do
viver humano e por isso não podem compreender que, por força desse desprezo
pelas vaidades e ambições terrenas, ele se cobriu de glórias espirituais pelo
trabalho bem conduzido, sem vacilações e fielmente executado até seu derradeiro
instante da vida corpórea.
Fonte: site:
www.gesp.org.br/biografias
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