quarta-feira, 16 de abril de 2014

MEDIUNIDADE DE ANIMAIS


Ary Brasil Marques

"A lei do progresso não se aplica somente ao homem; é universal. Há, em todos os reinos da Natureza, uma evolução que foi reconhecida pelos pensadores de todos os tempos. Desde a célula verde, desde o embrião errante, boiando à flor das águas, a cadeia das espécies tem-se desenrolado através de séries variadas até nós. Cada elo dessa cadeia representa uma forma da existência que conduz a uma forma superior, a um organismo mais rico, mais bem adaptado às necessidades, às manifestações crescentes da vida; mas, na escala da evolução, o pensamento, a consciência e a liberdade só aparecem passados muitos graus. Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; à partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas".

Um assunto polêmico é a existência ou não de inteligência nos animais.

Por observação, ao longo de minha vida, acredito que os animais possuem inteligência, embora essa inteligência seja relativa e não pode ainda ser comparada à que possui o ser humano.

Certamente, os animais estão dentro da lei de progresso, e penso que um dia eles alcançarão também a condição humana. Essa forma de pensar está de acordo com o que nos diz Leon Denis, como consta no início deste texto.

Com referência à mediunidade de animais, minha opinião é a seguinte:

Os médiuns funcionam para o espírito que vai se comunicar, como uma espécie de telefone. O telefone oferece a todos nós as condições necessárias para que a nossa linguagem seja transmitida a outras pessoas. Para que isso ocorra, o instrumento que serve de intermediário, no caso o aparelho telefônico, tem que estar em perfeitas condições para que o pensamento do comunicante chegue completo e limpo ao seu interlocutor.

No caso da mediunidade, é a mesma coisa. Os espíritos utilizam da capacidade intelectual do médium, de seus conhecimentos do idioma, das suas condições fonéticas ou físicas, e transmitem suas ideias utilizando esses recursos. Ora, os animais não possuem tais condições, portanto não têm possibilidade de servir de intermediários de uma linguagem que não conhecem.

Os animais são sensíveis à presença de espíritos desencarnados, e há uma série de fatos dessas ocorrências. Eles podem sentir a presença de espíritos, mas não são médiuns e não possuem as condições necessárias para servirem de intermediários dos mesmos com os homens.


SBC, 22/09/2008.

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