Luiz Barreto Alves Ferreira
Luiz
Barreto Alves Ferreira foi um dos presidentes da Federação Espírita Brasileira.
Nasceu em 26 de junho de 1.890, na cidade de Fortaleza (CE). Foram seus pais Pedro
Alves Ferreira e Maria Alice Barreto Alves Ferreira. Órfão de pai ainda
criança, passou a residir com os avós maternos, juntamente com sua mãe e o
irmão Pedro Barreto Alves Ferreira.
De
família católica, entrou para o Seminário do Ceará, pensando seguir a vida eclesiástica.
Um ano depois, o avô resolveu transferir residência para o Rio de Janeiro, com toda
a família e, por algum tempo, ficaram todos hospedados em casa do filho do avô,
seu tio Alexandre Barreto, que era Coronel do Exército.
Em
1.904, Luiz resolveu ingressar na Marinha e, em 1.908, foi nomeado segundo tenente
comissário e designado para servir na Flotilha de Ladário, em Mato Grosso.
Retornando
ao Rio de Janeiro, foi embarcado no Caça-Torpedeiros Gustavo Sampaio, onde
conheceu o capitão-tenente João Luiz de Paiva Júnior, na época tesoureiro da
Federação Espírita Brasileira. Foi convidado a assistir a algumas conferências
na Federação e, a título de curiosidade, desejou ler O Livro dos Espíritos,
cuja leitura o entusiasmou de tal forma, que decidiu ler todas as demais obras
da Codificação, tornando-se assíduo frequentador da Casa de Ismael.
Na
Marinha prestou os mais relevantes serviços. Já no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra
foi transferido para a Aeronáutica com a missão de organizar o Serviço de
Fazenda da recém-criada Força Aérea Brasileira, tendo sido o primeiro Chefe da
nova Unidade. Era Comandante-Geral o Brigadeiro Armando Trompowski, também
originário da Marinha, e teve como Ministro da Aeronáutica o Dr. Salgado Filho,
seu cordial e particular amigo.
Em
1.911 contraiu matrimônio com Cecília Rocha da Costa e do seu casamento nasceram
doze filhos, criando-se nove; três desencarnaram na primeira infância.
Ingressou
na Doutrina em 1.908, exercendo cargos administrativos em diversas instituições,
e praticando mediunidade curadora (de passes) e receitista.
Foi
Diretor do Centro Espírita de Jacarepaguá. Na Federação Espírita Brasileira, de
que era sócio desde 1.914, foi 3.º Secretário em 1.916-1.917, Vice-Presidente
em 1.922-1.923, e Presidente em 1.925-1.926.
Pertenceu
ao Grupo Ismael desde 1.916 e, a partir de 1.936, tomou-se membro da Assembleia
Deliberativa da Federação. Foi companheiro de Pedro Richard, Leopoldo Cirne,
Guillon Ribeiro, Aristides Spínola, Paim Pamplona, Amaral Ornelas, Manuel Quintão,
Frederico Figner e tantos outros.
Residiu
por algum tempo em Recife, participando do Movimento Espírita em Pernambuco.
Prestou serviço na Federação Espírita Pernambucana e em outras instituições como
expositor, dedicando-se à assistência aos necessitados e aos trabalhos
mediúnicos.
No
Rio de Janeiro trabalhou no Orfanato Pedro Richard, ao lado de Paiva Júnior. Foi
eleito seu presidente e, juntamente com a esposa, a ele dedicou grande parte de
sua vida, ofertando amor às criancinhas, que tratava como filhas do coração.
Participou
do Centro Espírita Estudantes da Verdade, especificamente na orientação
doutrinária.
Luiz
Barreto deu testemunhos de fé e coragem em vários momentos difíceis que envolveram
sua família, convencido de que o Pai Misericordioso não nos abandona, desde que
aceitemos tudo com resignação.
O
trabalho assistencial desenvolvido por Luiz Barreto, desde que ingressou no Espiritismo,
daria um compêndio à parte. O seu lar esteve sempre aberto, socorrendo a todos
sem distinção, desde familiares e amigos em desespero até às mais humildes criaturas,
que o procuravam para variados socorros.
Luiz
Barreto Alves Ferreira desencarnou no Rio de Janeiro, no dia 25 de janeiro de 1.944,
quando contava apenas 53 anos de Idade.
Era
tradicional em sua casa a prece do Natal em família, às 24 horas do dia 24 de dezembro.
No ano de sua desencarnação, a família, saudosa, realizou o Culto do Evangelho mais
cedo, e todos se recolheram ao leito. Ele apareceu à esposa e solicitou que
reunisse todos, como era costume, exatamente à meia-noite.
Quando
todos estavam orando, ele se apresentou semi materializado, na comprovação de
que a vida continua.
Fonte:
Reformador, julho - 1990.
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