Felicité Robert de Lamennais
Nascido
em uma família burguesa, em 19 de junho de 1.782, em Saint-Malo, na França, foi
brilhante escritor, tornando-se uma figura influente e controversa na história
da Igreja francesa.
Com
seu irmão Jean, concebeu a ideia de reviver o Catolicismo Romano como uma chave
para a regeneração social.
Chegaram
a esboçar um programa de reforma em sua obra: Reflexões do estado da Igreja...,
no ano de 1.808.
Cinco
anos mais tarde, no auge do conflito entre Napoleão e o Papado, os irmãos
produziram uma defesa do Ultramontanismo (Doutrina e política dos católicos
franceses que buscavam inspiração na Cúria Romana, defendendo a autoridade
absoluta do Papa em matéria de fé e disciplina). Este livro valeu a Lamennais
um conflito com o Imperador, ocasionando sua fuga para a Inglaterra,
rapidamente, no ano de 1.815.
Um
ano depois, com seus 34 anos de idade, Lamennais retorna a Paris e é ordenado
padre.
Escritor
fluente, político e filósofo, ele se esforçava para combinar a política liberal
com o Catolicismo Romano, depois da Revolução Francesa.
Por
isso, já em 1.817 publicou "Ensaios sobre a indiferença em matéria de
religião considerada em suas relações com a ordem política e civil", além
de uma tradução da "Imitação de Jesus Cristo".
O
Ensaio lhe valeu fama imediata. Nele, Lamennais argumentava a respeito da
necessidade da religião, baseando seus apelos na autoridade da tradição e a
razão geral da Humanidade, em vez do individualismo do julgamento privado.
Embora
advogasse o Ultramontanismo na esfera religiosa, em suas crenças políticas era
um liberal que advogava a separação do Estado da Igreja, a liberdade de consciência,
educação e imprensa.
Depois
da revolução de julho, em 1.830, Lamennais, junto com Henri Lacordaire (Os
expoentes da Codificação XVIII) e Charles de Montalembert, além de um grupo
entusiástico de escritores do Catolicismo Romano Liberal, fundou o jornal
"L'Avenir".
Neste
jornal diário, defendia Lamennais os princípios democráticos, a separação da
Igreja do Estado, criando embaraços para si tanto com a hierarquia eclesiástica
francesa quanto com o governo do rei Luís Felipe.
O
Papa Gregório XVI desautorizou as opiniões de Lamennais na Encíclica Mirarivos,
em agosto de 1.831.
A
partir de então, Lamennais passa a atacar o Papado e as monarquias europeias,
escrevendo o famoso poema "Palavras de um crente", condenado na
Encíclica papal Singulari vos, em julho de 1.834. O resultado foi a exclusão de
Lamennais da Igreja.
Incansável,
ele se devotou à causa do povo, colocando sua caneta a serviço do
republicanismo e do socialismo.
Escreveu
trabalhos como "O Livro do Povo "(1838), "Os afazeres de Roma"
e "Esboço de uma Filosofia".
Chegou
a ser condenado à prisão, mas, já em 1.848 foi eleito para a Assembleia
Nacional, aposentando-se em 1.851.
Por
ocasião de sua morte, em Paris, em 27 de fevereiro de 1.854, não desejando se
reconciliar com a Igreja, foi sepultado em uma cova de indigente.
No
Mundo Espiritual, não permaneceu ocioso, eis que em O Livro dos Espíritos,
na pergunta de número 1.009, se encontra uma mensagem de sua lavra, ilustrando
a resposta.
Nela,
revela os traços da sua fé, concitando as criaturas a aproximar-se do bom
pastor e do Pai Criador, combatendo com vigor a crença das penas eternas.
Na
mensagem que assina em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XI, item
15, ele se revela o ser compassivo, que conclama as criaturas a obedecer a voz
do coração, oferecendo, se for necessário, a própria pela vida de um malfeitor.
Fonte:
site:
www.espiritismogi.com.br
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