Ary Brasil Marques
Acabei de ler na revista
“Seleções” o resultado de uma pesquisa realizada pela mesma com relação à
honestidade.
Eles utilizaram 960
telefones celulares e os deixaram nas ruas das mais populosas cidades de 32
países diferentes, como se os tivessem perdidos. Observaram a conduta das
pessoas em cada uma dessas cidades, e anotaram as devoluções desses aparelhos.
A cidade que teve o maior
índice de honestidade, tendo as pessoas de lá devolvido aos seus donos 29
aparelhos dos 30 que foram “perdidos” em suas ruas foi Liubliana, na Eslovênia.
São Paulo, a cidade
brasileira que foi escolhida para o teste, teve a devolução de 21 aparelhos em
30. As cidades que devolveram menos aparelhos, 13 em 30, foram Hong Kong e
Kuala Lumpur.
Esse teste nos mostra,
embora de forma muito relativa e incompleta, que o Brasil não é o país mais
desonesto do mundo, como muitos pensam. Nosso povo tem noção de honestidade, e
a maioria de nossa população age honestamente.
Temos visto algo curioso. As
pessoas mais pobres e mais humildes têm demonstrado, em várias ocasiões, que
são as mais honestas. As pessoas ricas e poderosas nos causaram decepções no
tocante à honestidade, por diversas vezes.
Pelo noticiário da
televisão, temos acompanhado uma série de casos escabrosos proporcionados pelos
políticos, principalmente por aqueles que ocupam cargos de direção nos mais
diversos setores da vida nacional. São eles, que deveriam dar ao povo exemplos
de honestidade, que muitas vezes se utilizam de recursos alheios para proveito
próprio.
A corrupção e a falta de
decoro são usadas como instrumento de enriquecimento de pessoas da noite para o
dia, sem o mínimo constrangimento de passar por cima dos mais elementares
princípios de honestidade.
O dia em que o ser humano se
conscientizar de que não é o dono das coisas, mas apenas o seu depositário, e
que terá que prestar conta um dia de todo o patrimônio que houver utilizado em
proveito próprio de maneira indevida, a honestidade voltará a prevalecer em
toda a face da Terra.
SBC, 09/08/2007.
Nenhum comentário:
Postar um comentário