Ary Brasil Marques
Quando passamos perto dos
pontos de ônibus, das estações de trens suburbanos ou do metrô, nas grandes
cidades do País, costumamos observar o rosto das pessoas e também ouvir trechos
do que elas falam.
Notamos com tristeza que há
por parte da população um pessimismo muito grande em relação ao futuro. Ninguém
está contente. As fisionomias geralmente apresentam rostos tristes, repletos de
preocupações e marcados pelo sofrimento. Reclama-se de tudo. Fala-se das condições
de vida, a economia, os transportes, os planos de saúde, os impostos, a
corrupção e os governos. Todos reclamam dos salários baixos, das más condições
das ruas, do aumento das dívidas e da falta de empregos e de oportunidades.
Isso nos leva a uma profunda
reflexão. Devemos ser otimistas ou pessimistas? Ver as coisas com lentes cor de
rosa transformam as coisas más em coisas boas?
O pessimismo é muito
negativo e sintoniza a mente humana nos aspectos mais infelizes e de resultado
desastroso. Ele leva a pessoa a se concentrar no mal, no prejuízo, na doença e
nos acontecimentos nefastos.
Achamos que encarar a vida
de maneira otimista é melhor, desde que esse otimismo venha acompanhado de
ação. Acreditar que Deus vai, em um passe de mágica e sem esforço de nossa
parte, mudar de repente o que vai mal em coisas boas é um erro. Somos os
construtores de nosso destino. Depende do trabalho e do esforço de cada um a
conquista de melhores condições de vida.
Criticamos o governo, mas
nos esquecemos de que nós somos os responsáveis por ele e que foi o nosso voto
que ajudou a elegê-lo.
Podemos mudar o curso dos
acontecimentos com o nosso trabalho. Precisamos antes mudar a nós próprios, e
depois influir pelo exemplo e pela orientação na vida de nossos entes queridos,
para em seguida levar à toda a sociedade uma mudança positiva.
Pela ação diuturna poderemos
mudar o mundo. Nossas armas são o amor, a solidariedade, a fraternidade, a
honestidade e o trabalho. Usando esses recursos alcançaremos o objetivo de
tornar o nosso planeta um local mais agradável para a vida humana.
Sejamos otimistas sim, mas
não nos esqueçamos de que otimismo sem trabalho e sem ação será tão inútil
quanto o pessimismo que combatemos.
SBC, 27/06/2007.
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