Ary Brasil Marques
Na Terra, tudo passa. A vida
do ser humano em nosso planeta é muito curta e efêmera. Tudo passa. Passam os
momentos de alegria, assim como passam os momentos de dor. Passam as grandes
obras, os países, as cidades, os monumentos.
A grande Babilônia passou,
assim também o Império Romano. O Coliseu passou, hoje é só ruínas. O muro de
Berlim já passou, acabou. As torres gêmeas de Nova York pareciam inexpugnáveis,
mas não eram. Acabaram. O Titanic afundou. O Zepelim incendiou. A União
Soviética deixou de existir. Pelé não joga mais, e Ayrton Senna nos deixou.
Trabalhei em minha mocidade
numa grande empresa, a Rede Mineira de Viação, estrada de ferro que cobria 4
estados do País. Havia uma grande estrutura, milhares de quilômetros de via
férrea, estações enormes, um grande patrimônio em locomotivas, vagões,
aparelhos de telégrafo, de rádio, linhas telefônicas, escritórios, materiais
diversos, além de um número muito grande de empregados. Acabou tudo. Só ficou
sucata. Algumas das estações foram aproveitadas para outras finalidades. Fui
telegrafista, e o telégrafo já não existe em parte alguma do mundo.
Os grandes dirigentes de
todos os países já não existem e vão sendo substituídos ao longo do tempo por
outros personagens. Todos os governos, inclusive o dos grandes ditadores que
amedrontaram o planeta em épocas diferentes, acabaram. Nem Nero, nem Calígula,
nem Hitler, nem Mussolini, nem Fidel Castro, nem Saddam Hussein, nenhum deles
está no comando hoje.
O sofrimento, as doenças
incuráveis, os dias de dificuldades financeiras, os momentos de desespero e de
tristeza, também passam. Guerras cruentas passaram, inclusive aquelas que
tiveram âmbito mundial.
Tinha razão o nosso querido
Chico Xavier quando era procurado por pessoas que passavam por momentos de
intensa dor, ele dizia:- “Isso também passa.”
Procuremos, pois, guardar
tudo aquilo de bom que a vida nos oferece dentro de nosso coração. O restante,
deletemos, pois mesmo que não o fizermos, o tempo fará com que passem.
SBC, 03/06/2007.
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