Na recomendação “Homem! Conhece-te a
ti mesmo”, encontra-se um fundamental desafio, que bem compreendido, pode levar
o individuo a um profícuo auto encontro, capaz de desencadear um profundo e
salutar processo de transformação moral, abrindo espaço para a internalização
de novos paradigmas, mais profícuos e afinizados com os ensinamentos do Cristo,
que a Doutrina Espírita propõe como filosofia de vida.
Conhecer-se a si mesmo, pressupõe a
descoberta pelo indivíduo, de uma área de conhecimento neutra, onde a reflexão
pode trabalhar com tranquilidade, a coerência existente entre o discurso
idealizado pelo pensamento, e a práxis efetiva das atitudes adotadas,
principalmente, quando se faz presente, as situações perturbadoras e adversas
do cotidiano, exigindo respostas de acurado bom senso, para o bom andamento da
jornada.
O processo de auto conhecer-se levado
a efeito pelo indivíduo, requisita-lhe saber a natureza dos seus pensamentos; a
origem dos quais procedem; a intencionalidade que eles carregam e a carga
vibratória que eles conduzem, a fim de que se torne mais fácil doma-los;
substituí-los, ou conviver com os mesmos, enquanto se aguarda o momento
oportuno para mudá-los, sem traumas ou sofrimentos de qualquer espécie.
Entretanto, para que tal suceda, com
amplas possibilidades de sucesso, algumas informações básicas precisam ser
analisadas com zeloso empenho e objetivo, bem delineados, onde fique bem claro
se seus pensamentos são naturalmente otimistas e confiantes, ou pessimistas e
vacilantes; eles tem origem em cultura acadêmica adquirida ou são frutos de uma
educação contraditória que ora sufocava, ora liberava sem limites e regras, ou
resultam de experiências pessoais frustradas e geradora de conflitos íntimos;
e, finalmente, seus pensamentos sempre tem componentes de intencionalidade, a
procura de bênçãos generosas a favor de terceiros, ou buscam armadilhas de
sedução para extrair o que seja possível, um proveito próprio, sem importar-se
com os desdobramentos maléficos que possam resultar.
Além disso, é preciso levar em
consideração, se os estudos realizados, a cultura adquirida e os hábitos
familiares recebidos, cultivaram alguma crença religiosa ou professavam alguma
fé, que pudesse sedimentar valores nobres como ética, moral, retidão, caráter e
senso de justiça, posto que estes valores costumam funcionar como balizes
demarcatórias de uma suposta fronteira, a partir da qual não se pode avançar,
sem invadir o direito e a privacidade do outro.
Certamente esta abordagem, não alcança
o universo da mente e dos pensamentos do espírito imortal, momentaneamente
vestido da indumentária carnal, para mais uma vivência existencial das muitas
que já experimentou em seu processo evolutivo, através de eras pretéritas, no
entanto, pode ser muito útil como ponto de partida, para uma viagem interior,
bonançosa e palpitante, onde os mistérios e traumas podem vir a ser
desvendados, agora iluminados pelo archote do conhecimento espírita, revelador
da alma humana portadora de conquistas inalienáveis, embora carregue em sua
bagagem um enorme acervo de fracassos, que funcionaram através do tempo, como
invisível e silencioso método pedagógico, educando incansavelmente através das
tentativas empreendidas, dos erros, dos acertos, das retificações de roteiros
demais reprogramações de objetivos, tudo em vista que o progresso é uma lei
inexorável, impulsionando o indivíduo às mais superlativas das conquistas, que
é a conquista do seu mundo íntimo, onde Deus habita, como podemos deduzir das
palavras de Jesus: “o Reino de deus está dentro de vós”.
Portanto, conhecer a si mesmo, é uma
meta impostergável para todos aqueles que aspiram realizar esse auto encontro,
com a possibilidade desse conhecimento feliz, ser o elemento motivador da
descoberta desse Deus interno, propiciador dessa sintonia com Deus Cósmico,
Criador de todas as coisas, e Supremo Arquiteto do Universo.
Albino da Santa Cruz
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