O MÉDIUM NA SOCIEDADE
Não existe um padrão de
comportamento, que deve ser adotado pelo médium nas relações estabelecidas em
sociedade, como se fosse um “script”, do qual não pudesse arredar um passo,
porque, as pessoas além de serem diferentes entre si, não estão todas no mesmo
degrau de evolução e consciência, como também, uma conduta não pode ser imposta
ao homem, como norma a ser adotada, se o indivíduo não possui interiormente,
conteúdos culturais e educativos, capazes de fazê-lo entender, com meridiana
clareza, que a conduta sugerida, é a mais conveniente, adequada, equânime e
democrática para todos.
Entretanto, embora não
seja de bom tom, exigir tal imposição, devendo existir prevalência do bom
senso, convém recordar que mesmo respeitando-se o livre-arbítrio das pessoas,
lia, de forma implícita, uma consciência ética espírita, calcada na ética
cristã, que permite distinguir, um comportamento lícito de outro inadequado,
que deve caracterizar o cidadão, independentemente das religiões ou do papel
que ele ocupa dentro delas, apontando-o como um homem de bem, respeitador,
bondoso, cumpridor de seus deveres, humanitário servidor como demonstrou ser o
samaritano, dentre os personagens apresentados pela conhecida parábola contida
nos ensinamentos do Cristo, que tornou-se sinônimo de bondade e misericórdia
para com o semelhante.
Portanto, o médium na
sociedade, deve procurar conduzir-se à altura da conduta que se aguarda de um
cidadão de bem, cumpridor de seus deveres, respeitador das leis embora discorde
de alguma delas, avesso a disputas, por privilégios de qualquer natureza,
indene as concessões venais, sem fomentar escândalos ou dele aproveitar-se para
ganhar notoriedade, não se permitindo prevaricar na honra ou na dignidade, em
troca de pecúlio ou vantagens que propiciem adquiri-lo sem esforço e sem
trabalho, comprometendo o caráter e a lisura da conduta.
O médium em família deve
procurar viver integralmente, os postulados propostos pela Doutrina Espírita,
sendo um bom pai e amigo para os seus filhos, educador convincente pelos
exemplos que demonstra nas atitudes, e não pela teoria que defende compreensivo
e franco, sempre disposto ao diálogo esclarecedor, mantendo-se disponível
quando necessário; bom companheiro, respeitoso e dedicado, sensível e tolerante
com as limitações e dificuldades do outro, sem cobranças e exigências além das
possibilidades do outro, respeitando-lhe o espaço e a privacidade conforme deseja
ser respeitado por sua vez.
Na condição de filho,
deve honrar e dignificar os pais atento as necessidades que eles requerem, sem
explorar-lhes o carinho e as finanças, ciente que o maior tesouro recebido dos
pais, foi sem dúvida, a educação, o amparo e o amor, ofertado durante todo o
transcorrer da existência, preparando-o para a vida e o mundo.
No entanto, o médium não
deve ser visto com idolatria, como se fosse alguém já possuidor de virtuosos
predicados, não tendo objetivos a alcançar em seu processo evolutivo, rumo ao
aperfeiçoamento moral que todos os profitentes da Doutrina Espírita anelam,
pois, elogios, louvaminhas e idolatria, são ações altamente prejudiciais ao
médium espírita, visto que sem a ação dos espíritos em sua vida (questão 459
LE), o mesmo, pouco produz de si próprio, que traga um selo de garantia dando
conta da autenticidade e valor de sua produção.
Para que isto suceda com
edificantes ensinamentos, o médium deve ser alguém já evangelizado ou à caminho
disso, com um histórico de desafios e dificuldades sem conta já superados com
harmonia e serenidade, e cujo discurso teórico seja condizente com a sua
prática habitual frente às adversidades, porquanto, em muitas oportunidades do
cotidiano, a conduta do médium a serviço de Jesus na seara do bem, é o único
evangelho que os demais leem, mostrando, como bem disse Paulo de Tarso: “uma
nuvem de testemunhas te observam”.
Sem sombra de dúvidas, é
muito difícil separar o médium do individuo enquanto na sociedade, embora todos
saibam quão difícil é vencer as tendências trazidas do pretérito, quando já tem
consciência delas em razão dos postulados espíritas.
Portanto, o médium
espírita m sociedade, deve redobrar sua vigilância com respeito às próprias
ações, porquanto, quanto mais destacado ele se encontre mais visível se torna,
e sua responsabilidade ultrapassará os limites de sua individualidade
alcançando outros segmentos em seu entorno.
José Maria de Medeiros
Souza, pelo Espírito Espírita, Jean – Marie Lachelier.
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