TAREFAS MEDIÚNICAS
Durante muito tempo no
meio espírita, predominou a ideia, de que o intercâmbio mediúnico para ser
considerado realmente autêntico, havia a necessidade de que o mesmo fosse
ostensivo ou sem controle por parte do médium, demonstrando dessa forma a sua
veracidade e espontaneidade.
Era natural que assim
ocorresse, visto que os primeiros núcleos espirituais, em sua grande maioria,
haviam nascido nas residências familiares, quase sempre em torno de um médium
de potenciais mediúnicos muito acentuados, com uma mediunidade espontânea
inconsciente ou de efeitos físicos voltados à cura, ou para a mediunidade
receitista que permitisse a melhora e até a cura das enfermidades, demonstrando
a lisura do fenômeno, afastando as fraudes possíveis, despertando a crença nas
pessoas, em razão dos resultados alcançados.
Posteriormente, os
próprios guias e benfeitores que se manifestavam, foram traçando diretrizes
para o trabalho mediúnico, com normas que deveriam ser obedecidas, recomendando
o estudo das obras existentes, como a Codificação Kardequiana e outras
complementares, que elucidassem as dúvidas presentes, mostrassem coerência nas
explicações dos fenômenos e, de maneira lógica e racional, o estudo da Doutrina
Espírita pouco a pouco foi sendo introduzido nos agrupamentos espíritas
substituindo as manifestações ostensivas que causavam impacto para promover o
despertamento do indivíduo, e a palavra final do Guia encerrando os trabalhos,
que nem sempre contava com recursos dos médiuns, dotados de poucos estudos,
para se fazer melhor compreendido nas orientações ditadas, foi sendo
substituída pelos estudos, feitos em pequenos grupos ou nas reuniões públicas,
com grande proveito para os adeptos e assistidos de modo geral, ficando para o
Guia ou Mentor espiritual, a palavra de consolo, a frase estimulante e
motivadora para a tarefa, ou, a orientação individual para aqueles que carregam
dúvidas de qual trabalho abraçar, ou, aos que se acham em dolorosa quadra da
existência terrena, sofrendo enfermidades físicas, desencontros afetivos ou
transtornos psíquicos de qualquer natureza, que necessite de uma atenção
particular do Benfeitor ou Guia, para retornar a normalidade ou retomar as
rédeas da própria vida, com o equilíbrio e harmonia de volta.
Ante o exposto,
percebe-se com meridiana clareza, a expansão das tarefas mediúnicas,
desdobradas pelo estudo da mediunidade, feitos em grupos pequenos ou salas de
aula, além das tarefas do atendimento fraterno, onde após o desabafo das
dúvidas e incertezas, que provocam dores e aflições, o assistido é encaminhado
para um tratamento com os recursos que a Doutrina Espírita oferece, seja a
terapia da magnetização pela imposição das mãos, seja a balsamização fluídica
das águas, com a adição de remédios pela equipe espiritual, ou seja, pela
terapêutica desobssessiva, onde além dos recursos citados, acontece a terapia
da palavra de consolo, ânimo e esclarecimento, capazes de provocar uma catarse
no espírito sofredor, liberando ambos, algoz e vítima, enredados pelos laços de
amor e ódio do passado, que não foi devidamente equacionado no passado,
resultando nas ligações constrangedoras obsessivas do presente, impedindo o
progresso evolutivo rumo ao porvir.
Todas estas tarefas
mediúnicas, desde a recepção aos assistidos com a distribuição de uma mensagem
de esperança à porta do Núcleo Espírita, passando pelo atendimento fraterno, os
passes e a fluidificação das águas, os grupos de estudos da Doutrina, as
escolas de evangelho para crianças e adultos, as terapias desobssessivas a
palestra pública, as vibrações para os enfermos do corpo e da alma, o incentivo
para o estudo do evangelho no lar e outras atividades congêneres, precisam ser
bem estruturadas, para que as casas espíritas ofereçam este tipo de atendimento
a todos os que batem a porta, visto que, as dores e aflições do mundo, mostram
uma sociedade cada vez mais desestruturada e sem rumo, com seus problemas e
adversidades cada vez mais acentuados, sem saber a quem buscar, e, é um grande
desafio os grupos Espíritas, cujas diretrizes encontram-se alicerçadas no
Evangelho de Jesus, porém, possuidor de um conhecimento de relevância
fundamental, que é a consciência, dos esclarecimentos adquiridos; das
consolações possíveis; das possibilidades e dos recursos que o Espiritismo
oferece e, dos potenciais mediúnicos hauridos nas tarefas, onde os resultados
obtidos falam por si.
As tarefas mediúnicas
realizadas com propósitos nobres, são sempre amparadas pelos Nobres Espíritos
que compõem a ambiência espiritual de uma Casa Espírita, e objetivam,
precipuamente, fornecer mecanismos ao médium, para que ele inicie sua
transformação moral, preparando-o para maiores responsabilidades.
José Maria de Medeiros
Souza, pelo Espírito Espírita, Jean – Marie Lachelier.
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