domingo, 13 de abril de 2014

TRANSIÇÃO RENOVADORA


Sob o sol da Divina Misericórdia, em inquestionável obediência aos Superiores Desígnios do Criador, imperceptivelmente, acontece um movimento contínuo à revelia da ação do homem, a exemplo do “inato perpétuo”, silenciosamente, sem alardes retumbantes, um natural processo de transformação renovadora, onde tudo e todos nos movemos, demandando outras formas e objetivos como respeitosamente registrou LAVOISIER em suas pesquisas ao estabelecer: “NO UNIVERSO nada se cria, tudo se transforma”, entendendo intuitivamente, que  somente em Deus, reconhecemos o Criador Único, conforme esclarecimentos contidos na Doutrina Espírita quando assevera: “Deus cria incessantemente”.

Analisadas pela lente das transformações, observamos que o casulo que nasceu da lagarta, por sua vez oriunda de outras expressões da vida, enquanto estática na sua aparente imobilidade, encontra-se em silencioso processo de transformação íntima, emigrando de uma para outra forma, a fim de libertar a borboleta, expressão superior dos altanados códigos divinos neste estágio, demonstrando, no caso referido, como o mundo das formas, tal qual o mundo da ideias, encontram-se em incessante e inabordável transição renovadora.

Observa-se o mesmo fato, quando o corpo cadaverizado de um indivíduo, em sua imobilidade aparente, tão logo inicie o processo de rigidez, desencadeia profundas transformações, onde um batalhão de células empreende o processo de desagregação celular, iniciando-se pela desidratação do corpo físico até alcançar a ruptura dos laços perispirituais, para libertação e desligamento do espírito, que renovado em sua estrutura morfológica, demandará novas paisagens, adequando-se à nova dimensão, que se lhe abre adiante, acenando-lhe promessas de renovação porvindoura, rumo à perfeição relativa, pré-requisito, para a plenitude e a felicidade, que lhe são consequências.

De igual forma, a imensidão das paisagens geladas da Antártida, tanto quanto a inóspita solidão dos desertos, encontram-se por sua vez em contínua atividade transformadora. Aquelas, através da variação quase imperceptível da temperatura em sua superfície gelada, provocada por intempéries distantes dali, porém, conduzidas pelas correntes de vento, que transformam significativamente suas paisagens, através dos rompimentos e quedas de geleiras e, posterior viagem pelo oceano, de grandes “icebergs”.

E, com respeito aos desertos, a transformação acontece, pelo fluxo e refluxo de ondas de calor, com temperaturas extremamente elevadas, enquanto o astro rei encontra-se em sua caminhada diária em seu périplo habitual, contrapondo-se aos ventos gelados que sopram uivantes à medida em que Selene desponta no horizonte, languidamente, apresentando os sinais denunciadores de uma amplitude térmica de grandes contrastes, prestes a iniciar-se, entretanto, não impede a proliferação das manifestações da vida ali existentes, patenteando a presença de um planejamento divino, agindo com autônoma soberania, independente da presença do homem naquela região, onde tem seu habitat.

Constatamos também, que no sepulcral silêncio do pântano, de onde a vida parece ter-se evadido, na sua aparente tranquilidade não permite transparecer, a constante ação de micróbios, vírus e bactérias de inimagináveis procedências, que travam incansável batalha em busca da sobrevivência, mesmo com o ônus de continua destruição, significando que até nas formas microscópicas, existe um cosmo plenamente ativo, transitando de um polo a outro em busca da possível renovação, consoante a resposta que os Benfeitores da Humanidade disseram: “...tudo serve e se encadeia em a natureza...” revelando que existe um caminho do átomo ao arcanjo, que precisa ser percorrido para que a transição renovadora aconteça.

Se tudo isso e muito mais, acontece no mundo das formas transitórias, o mesmo acontece no mundo das ideias, onde velhos dogmas são substituídos; conceitos são submetidos a questionamentos; ideias secularmente aceitas são debatidas com ardor; novos paradigmas ganham mais espaço e, os potenciais da mente, durante muito tempo apenas tolerado por um ou outro estamento da ciência, hoje são vasculhados na sua intimidade memorial, demonstrando que se acha em andamento uma grande transição, de dimensões planetárias, em irrestrita obediência aos ditames da Inteligência Suprema, o Criador de todas as coisas.


Rubens Romanelli

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