Ao dizer “...aprendei comigo, que sou
brando e humilde de coração”, Jesus se posiciona como um mestre, professor e
educador, que não se limita a cumprir um programa, de conteúdo distante das
experiências vividas pelos alunos e educandos, atrelado à exemplificação
daquele que ministra as lições, e que ainda se apresenta como paradigma para
servir de modelo e, como se pode observar, ainda leciona requisitos de virtudes
morais, como brandura e humildade, para garantir uma edificante semeadura aos
seus aprendizes.
Um educador para ser eficiente em sua
nobre tarefa de educar, precisa aliar à sua ação, um cabedal de atividades
interativas, que permitam ao aprendiz, uma imediata aplicação prática daquilo
que está aprendendo, para que as lições teóricas mostrem o lado prático
condizente, capaz de transformar-se em hábito saudável e promissor, posto que,
educar é cultivar hábitos, portanto educar bem, é cultivar bons hábitos, que
somente serão adotados como roteiros iluminativos, quando estiverem
acompanhados dos mais variados exemplos extraídos das vivências do cotidiano.
Educar é uma arte grandiosa e
nobilitante que favorece ao educando, a formação de um caráter ético, íntegro e
pacifico, posto que alicerçado por princípios justos e equânimes, e, a educação
espírita ainda conta com um arrazoado de qualidades e virtudes defluentes da
ética cristã, que imprime justiça, amor e caridade aos demais ensinamentos.
O aprendizado da justiça, do amor e da
caridade é um excelente programa de educação moral, que possibilita ao aluno,
caminhar com segurança rumo ao autoaperfeiçoamento capaz de garantir-lhe
harmonia e paz na vida.
Não é por acaso, que Jesus ao falar
que “o Reino de Deus está dentro de nós” sinaliza uma síntese pedagógica de
intensa profundidade moral como podemos deduzir do convite: “buscai primeiro o
Reino de Deus (dentro de cada um) e sua justiça (um dos atributos inerentes ao
Reino de Deus) e tudo o mais vós será acrescentado”, por decorrência desse
processo de busca para se alcançar o auto aperfeiçoamento.
Quando se educa alguém, dentro dos
estreitos limites da justiça, certamente, essa educação leva o educando a conscientizar-se
do espaço que lhe pertence, fazendo-o reconhecer que a partir daquele ponto, o
espaço fronteiriço pertence a outrem, não sendo justo ultrapassá-lo visto que
isto iria contrariar uma das leis de Deus, muito embora, como asseverou Paulo
de Tarso, “tudo me é permitido, porém, nem tudo me é lícito”, mostrando que a
permissão decorre do livre arbítrio de cada um, no entanto, tal ação não é
conveniente ao indivíduo, em razão da equanimidade da justiça divina.
Nesse aspecto, o programa educativo
que consiste no aprendizado das leis morais, a partir da lei de justiça, amor e
caridade é de relevante significado, onde o amor, ocupa o centro dessa síntese
sublime unindo a justiça com a caridade, para que o amor, possa inovar as
injustiças da terra através das ações da caridade, que todas podem praticar no
seio da comunidade onde transita, anulando os efeitos das injustas leis criadas
pelos homens, a fim de que em futuro próximo, estas aproximem-se cada vez mais
das leis de Deus.
Por isto que, quem ama educa, e quem
educa, ama, onde o amor, como já dissemos, tem o nobre ofício de deixar tudo,
dentro da mais perfeita harmonia, segundo as Leis de Deus, esse Deus que criou
os homens, e não este Deus que os homens criaram.
A educação é um nobre ideal,
notadamente, quando ela ultrapassa os limites do dever, e passa a ser
exercitada com amor, onde o objetivo maior seja uma educação integral, que
permita ao discípulo superar o seu próprio educador, a partir de onde,
percebe-se com clareza, que o educando, em razão de suas atitudes integralmente
manifestas, mostra com absoluta naturalidade o quanto assimilou do aprendizado,
repetindo o modelo inspirador do educador que guiou-lhe os passos.
Nesse aspecto, a Doutrina Espírita
possui um extenso acervo de ensinamentos morais, capaz de proporcionar ao
aprendiz uma fonte segura de subsídios nas diversas áreas do conhecimento
humano, sem afastar-se da religiosidade filosófica que transparece dos
apontamentos do Evangelho de Jesus.
Portanto, educar tendo por base este
modelo pedagógico de educação, onde, após cada lição ministrada segue-se
precioso convite à ação, nas palavras oportunas do Mestre dos Mestres.
“Faze tu o mesmo”.
Anália Franco
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