Todo indivíduo em uso pleno de suas
faculdades mentais, dotado de meridiana inteligência, possuidor de razoável
grau de estudos e conhecimentos, tendo bom senso e discernimento, ao adentrar
às fileiras do Espiritismo, encontra-se imbuído de bons propósitos, certamente
encontrará um imenso arrazoado de novas ideias, de conceitos peculiares acerca
da dor e do sofrimento humano, assim como do amor, da justiça e da caridade ao
próximo capacitando-o a exercer com mais equilíbrio e harmonia, as escolhas do
seu livre-arbítrio, levando-o à compreensão de que ele próprio, é o maior
responsável pelo seu próprio destino.
Os postulados espíritas, em todo
conteúdo da Codificação, expande e corporifica o Evangelho de Jesus,
libertando-o das alegorias lendárias e interpelações simbólicas contidas na
frieza dos textos tradicionais, vivificando-o em sua realidade atemporal, para
atender o homem hodierno em suas necessidades atuais e futuras, como vem
fazendo nestes dois milênios, com singular propriedade e bonançosos resultados.
Quando este homem, encontra-se
profundamente identificado com as propostas do Cristo de Deus, conforme no-Lo
apresenta a Doutrina Espírita, desvestido do romantismo lendário com que as
religiões o envolveram e, retira-lo do conceito sacro-histórico com que alguns
filosóficos tentam encarcerá-lo, objetivando diminuí-Lo inutilmente;
Quando, souber reconhecer a singeleza
de Jesus, que ao se apresentar como o caminho, da verdade e da vida, para se
chegar ao Reino de Deus, não tem receio algum de esclarecer que o reino de Deus
encontra-se dentro do indivíduo, libertando-o, para que este indivíduo possa
viver as suas próprias experiências, apenas recomendando, sem censuras, para
não cair nos mesmos erros, que até então estão repetindo-se.
Quando enxergar em Jesus a sua
exemplar grandeza, tão indimensional que não coube na história, dividindo-a em
antes e depois Dele, porém, jamais esqueceu o respeito às leis e ao próximo, ao
ponto de render-se às tradições vigentes, lavando os pés dos discípulos, para
testemunhar que o maior no Reino dos Céus será sempre aquele que se fez menor e
servidor de todos.
Quando ousar colocar na própria vivência
individual às recomendações de Jesus, que nunca pediu a ninguém nas páginas de
seus ensinamentos, algo que o Homem fosse incapaz de realizar, como se deduz de
suas palavras quando afirmou: “Tudo que eu faço, vós também podeis fazer e
muito mais; Se quiserdes”.
Quando entender através da
interpretação do amor, que Jesus não veio à Terra para os doutos e sábios como
acreditam alguns, e sim, para os simples e humildes, que aprendem a compreender
o Mestre, acima de tudo, pelos olhos da alma e do coração.
Quando, sem temor, sacrifício,
obrigação e falsas promessas de santificação, espontaneamente, por livre
escolha, souber traçar um roteiro de autoaperfeiçoamento, onde a renúncia em
favor do outro seja consentida, sem mágoas, ressentimentos ou frustrações de
qualquer jaez.
Quando este roteiro em perfeita
sintonia com a justiça divina, que em razão de nossa pequenez ainda
desconhecemos, porém, guardamos intimamente a certeza de que Deus é justo e a
sua justiça é perfeita.
Quando decidimos por iniciativa
própria, e não levados pelas injunções aflitivas de momento, a amar com
sinceridade e franqueza, sem impor condições, sejam elas quais forem, mesmo que
não nos amem com a mesma disponibilidade.
Quando ser espírita deixa de ser uma
realidade presente conforme aprendemos com a Doutrina Espírita, que estabelece:
“Reconhece-se o verdadeiro espírita pelo esforço que ele faz em domar as suas
más inclinações...” o que certamente nos leva a reconhecer que ainda falta
acrescentar em nossas ações o “se quiserdes” da proposta de Jesus.
Encontram-se acima, alguns itens que
poderão servir de roteiro inicial, para todos nós, sem exclusão de ninguém.
Rubens Romanelli
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