Ary Brasil Marques
O Dia dos Pais passou. E com
ele, novamente, tivemos muitas emoções.
Pai chora? Chora sim, e
muito. Chora nos momentos de dor, nas horas de aflição e de perda. Mas chora
mais de alegria, de prazer ao ver seus filhos crescendo, realizando,
produzindo. Quando um filho alcança sucesso na vida profissional ou emocional,
o pai se enche de orgulho. As conquistas de seus filhos são as suas próprias
conquistas, ou melhor, as suas conquistas ainda aumentadas.
Pai chora quando recebe o
carinho de um filho que está distante, em outro estado, em outra cidade. Um
carinho que vem muitas vezes por carta, pelas ondas de rádio, pelo telefone ou
pela Internet. Quando o carinho é intenso não importa o meio de comunicação.
Pai chora quando recebe um
abraço cheio de amor de uma filha ou de um filho.
Pai chora quando recebe uma
mensagem de carinho do filho que se encontra no Plano Espiritual, mas que de lá
continua se lembrando e amando o seu pai.
Pai chora quando recebe o
carinho de seus filhos que foram adotados pelo coração ao longo da vida.
O Dia dos Pais me deu
oportunidade de sentir uma verdadeira explosão bem no fundo de minha alma. Meu
filho Ailton me convidou para o acompanhar ao Centro Espírita Meimei, onde ele
iria fazer uma palestra em homenagem aos pais.
Acompanhei-o, juntamente com
os meus netos, filhos dele, e minha esposa, a companheira de todas as horas de
minha vida.
Com que alegria constatei
que o meu filho hoje é um homem. É um orador. Um estrategista da palavra. Ele
fez uma palestra digna dos mais experientes oradores que conheço.
Com maestria, Ailton nos fez
caminhar através do tempo, analisando a evolução dos costumes e as diversas
maneiras de interação dos pais com os filhos. No final ele passou a palavra a
um companheiro de tarefa, o Roberto, para que aquele amigo lesse um texto que
meu filho havia escrito para homenagear a mim, seu pai. Ele preferiu transferir
a incumbência da leitura para outra pessoa, pois estava muito emocionado.
Roberto leu com emoção mal
disfarçada o belíssimo texto, que tinha o título de “Passos Lentos”. No texto
em questão o meu filho me enlaçou de amor, de gratidão, de carinho. Como não
chorar?
A lágrima de um pai é uma
lágrima abençoada. Ela representa uma vida de amor, de dedicação e de exemplos
bons dadas a seus filhos. Ela é o corolário. É a prova de que valeu a pena. É a
constatação de que os filhos estão conseguindo pôr em prática as lições de amor
ao próximo que lhes foram dadas. É a suprema conquista de um pai. É a prova
maior de que tudo o que se planta, um dia se colherá. Como é bom colher flores!
Como é bom colher amor!
SBC, 13/08/2007.
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