terça-feira, 1 de abril de 2014

LÁGRIMAS DE PAI


Ary Brasil Marques

O Dia dos Pais passou. E com ele, novamente, tivemos muitas emoções.

Pai chora? Chora sim, e muito. Chora nos momentos de dor, nas horas de aflição e de perda. Mas chora mais de alegria, de prazer ao ver seus filhos crescendo, realizando, produzindo. Quando um filho alcança sucesso na vida profissional ou emocional, o pai se enche de orgulho. As conquistas de seus filhos são as suas próprias conquistas, ou melhor, as suas conquistas ainda aumentadas.

Pai chora quando recebe o carinho de um filho que está distante, em outro estado, em outra cidade. Um carinho que vem muitas vezes por carta, pelas ondas de rádio, pelo telefone ou pela Internet. Quando o carinho é intenso não importa o meio de comunicação.

Pai chora quando recebe um abraço cheio de amor de uma filha ou de um filho.

Pai chora quando recebe uma mensagem de carinho do filho que se encontra no Plano Espiritual, mas que de lá continua se lembrando e amando o seu pai.

Pai chora quando recebe o carinho de seus filhos que foram adotados pelo coração ao longo da vida.

O Dia dos Pais me deu oportunidade de sentir uma verdadeira explosão bem no fundo de minha alma. Meu filho Ailton me convidou para o acompanhar ao Centro Espírita Meimei, onde ele iria fazer uma palestra em homenagem aos pais.

Acompanhei-o, juntamente com os meus netos, filhos dele, e minha esposa, a companheira de todas as horas de minha vida.

Com que alegria constatei que o meu filho hoje é um homem. É um orador. Um estrategista da palavra. Ele fez uma palestra digna dos mais experientes oradores que conheço.

Com maestria, Ailton nos fez caminhar através do tempo, analisando a evolução dos costumes e as diversas maneiras de interação dos pais com os filhos. No final ele passou a palavra a um companheiro de tarefa, o Roberto, para que aquele amigo lesse um texto que meu filho havia escrito para homenagear a mim, seu pai. Ele preferiu transferir a incumbência da leitura para outra pessoa, pois estava muito emocionado.

Roberto leu com emoção mal disfarçada o belíssimo texto, que tinha o título de “Passos Lentos”. No texto em questão o meu filho me enlaçou de amor, de gratidão, de carinho. Como não chorar?

A lágrima de um pai é uma lágrima abençoada. Ela representa uma vida de amor, de dedicação e de exemplos bons dadas a seus filhos. Ela é o corolário. É a prova de que valeu a pena. É a constatação de que os filhos estão conseguindo pôr em prática as lições de amor ao próximo que lhes foram dadas. É a suprema conquista de um pai. É a prova maior de que tudo o que se planta, um dia se colherá. Como é bom colher flores! Como é bom colher amor!


SBC, 13/08/2007.

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