Uma das propostas da Doutrina
Espírita, em razão dos estudos que ela dispõe a todos quantos desejam adquirir
conhecimentos, é levar ao indivíduo subsídios suficientes para que ele alcance
um bom nível de consciência, naquilo que diz respeito à sua ação em todos os
seguimentos por onde transita, seja este segmento familiar, profissional,
afetivo ou meramente social, onde nascem os desdobramentos propiciadores das
construções edificantes, felizes e duradouras, ou, acontecem as ligações
infelizes, destruidoras e passageiras, deixando em sua retaguarda verdadeiras
tragédias alimentadas por mágoas passionais e ódios letais e virulentos.
No entanto, o esclarecimento que o
Espiritismo propõe, é exatamente levar o indivíduo a entender que este
conhecimento esclarecedor, possibilita-lhe, usar mais sabiamente o seu
livre-arbítrio, evitando-lhe os equívocos infelizes e constrangedores,
dispersando as dúvidas e mal-entendidos, para que nenhuma animosidade seja
alimentada em razão de uma ação intempestiva posto que o móvel que acionara
semelhante ação, trazia implícita o limite respeitoso e, a conscientização de
que naquele momento específico, aquela era a melhor atitude.
Quando o individuo, através do
conhecimento esclarecedor que interioriza, seja fruto de profundas reflexões,
ou experiências adquiridas em razão de sofridas dores e amargas decepções,
consegue-se conscientizar-se que embora tudo lhe seja permitido em razão da
liberdade de pensamento e de escolha que possui, o outro, por sua vez, também é
possuidor dos mesmos direitos, o que nos remete à síntese paulina que
estabelece: “Tudo me é permitido, porém, nem tudo me convém”, assegurando os
mesmos deveres e obrigações.
Embora muito difundida nas agremiações
ou instituições espíritas, sem sempre é adotada com a seriedade ou o rigor que
merece, pois, vê-se frequentemente a adoção de atitudes cerceadoras de
dirigentes que chegam às raias da intolerância, ou, ao contrário, uma omissão e
indiferença que bem pode ser catalogada como indisciplina, falta de regras e
medidas.
Certamente, nenhuma agremiação,
instituição, diretoria ou dirigente resistirá por muito tempo agindo assim,
visto que falta o senso de medida, respeito, ordem e disciplina, além de uma
consciência melhor dimensionada, com muita clareza dos objetivos propostos, com
um bom planejamento estratégico para atingir os resultados mais favoráveis e,
finalmente, qual o papel que cabe a cada um, em conformidade com o que
preceitua os Estatutos consignados.
Assim sendo além da definição de
papeis, tanto das Instituições em si, da formação da Diretoria constituída, do
papel que cabe a cada elemento desincumbir-se, de forma consentânea com os
preceitos da Doutrina Espírita e de periódicas avaliações dos resultados
alcançados, deve-se estimular uma profunda conscientização do significado desse
conjunto trabalhando em uníssono, com perfeita sintonia de ações e dos
benefícios que daí decorrem, para a comunidade onde encontra-se inserida em
benéfica convivência entre todos, permitindo que todos recebam os frutos deste
trabalho, tanto os que são assistidos materiais, como também os assistidos
espirituais, além dos facilitadores dessas benesses, voluntários, diretores e
dirigentes, que também são necessitados desse tipo de trabalho, como uma forma
de exercitar a caridade, que ainda não sabe realizar por iniciativa própria.
Isso mostra com muita clareza, como as
lições de Jesus são luzes libertadoras das mentes ingênuas, que interpretadas
pela ótica da Doutrina Espírita, abre a ciência de todos, despertando os
potenciais das criaturas e a capacidade de realização que todos possuem, quando
nos esclarece: “Meu Pai trabalha até hoje. Eu também trabalho”.
Albino da Santa Cruz
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