Ary Brasil Marques
Uma das maiores invenções do
século é o computador. Máquina maravilhosa, instrumento poderoso de trabalho e
de arquivo de conhecimentos úteis e necessários, o computador possui a memória
adequada pelo homem para guardar os arquivos importantes, cujos arquivos são
acessados sempre que temos necessidade deles.
O computador possui uma
tecla chamada “Delete” que serve para apagar os arquivos indesejáveis, eliminar
os erros e enganos que cometemos e transferir para uma caixinha chamada
“Lixeira” todo o material apagado. A “Lixeira”, por sua vez, é periodicamente
limpa. Quando fazemos a limpeza da “Lixeira” temos a oportunidade de limpá-la
definitivamente ou, se o quisermos, recuperar os arquivos apagados tornando-os
novamente ativos.
Os computadores modernos,
interligados mundialmente pela Internet, são alvos de ataques externos. Um dos
grandes males desses ataques são os “vírus” que muitas vezes destroem arquivos
úteis e danificam a máquina. Para defender desses ataques existem programas
“antivírus” que defendem nossos computadores e eliminam os “vírus”.
O homem tem criado
computadores cada vez mais poderosos, e os computadores modernos possuem enorme
capacidade de memória e de armazenamento, possibilitando ao homem recursos
maravilhosos de cultura e de trabalho.
No entanto, por maior que
seja o progresso tecnológico da humanidade, nunca seremos capazes de alcançar o
nível de perfeição de um computador mais poderoso e complexo, criado por Deus,
e que é o próprio homem.
Nossa capacidade de memória,
de raciocínio, de armazenagem de dados, é milhões de vezes maior do que o mais
poderoso e moderno computador.
Ao contrário dos
computadores, que muitas vezes perdem dados preciosos por falhas mecânicas ou
erros humanos e também pela influência dos “vírus”, nosso arquivo mental guarda
para sempre, em lugar seguro, todas as nossas experiências de espírito imortal
em contínua aprendizagem. Algumas dessas experiências são transferidas para um
arquivo morto, que não é usado frequentemente, mas que poderá ser acessado no
futuro quando for oportuno, cujo arquivo fica depositado no perispirito e nos
acompanha mesmo após a morte do corpo físico e será levado para nossos futuros
corpos em reencarnações que viermos a ter.
Nosso imenso computador tem
que ser usado de maneira inteligente, pois o homem é o ser inteligente do
Universo, filho dileto de nosso Pai Celestial, centelha divina.
Dessa maneira, quando algum
ente querido nos deixa e caminha para a frente, para o Plano Espiritual, para o
progresso, cabe a nós auxiliá-lo nessa caminhada, policiando nossos pensamentos
e principalmente nossas palavras, de modo a lançar no espaço apenas aquilo que
irá fazer bem ao mesmo. Pensamentos negativos, de revolta, de tristeza, de
pena, de remorso, de culpa, funcionam como verdadeiros “vírus” em nosso imenso
computador, destruindo dados e prejudicando nosso corpo físico. Pior do que
isso, prejudicam nosso ente querido que partiu.
Ao contrário, pensamentos de
amor e de carinho, lembrança apenas dos momentos bons e felizes que passamos ao
seu lado, são verdadeiros impulsos de ajuda e de coragem, que muito colaboram
para que aquele espírito readquira sua lucidez e caminhe cada vez mais para a
frente.
Os computadores humanos usam
antivírus para eliminar os vírus. Nós usamos o mais poderoso e completo
antivírus, que não necessita atualizações por já ter chegado até nós completo e
acabado, e que elimina todo o mal causado por nossas fraquezas. Esse poderoso
antivírus é o Evangelho de Jesus.
Utilizando esse poderoso
instrumento, limparemos nossa alma inquieta e impediremos de que nossas mentes
sejam afetadas pelo vírus do inconformismo, do remorso ou da culpa. E
evitaremos assim enviar esses vírus para nossos entes queridos, funcionando
como se fossemos verdadeiros obsessores deles e impedindo-os de seguir adiante
livres e felizes, pois já completaram sua missão na Terra relativa a atual
encarnação. Enviemos a eles nosso amor, nosso carinho, até nossa saudade, nunca
revivendo momentos de infelicidade. Eles já superaram isso.
Usemos o poderoso computador
que Deus nos deu, nosso corpo maravilhoso, e sintonizemos nossa mente apenas no
bem, no amor, na luz. Guardemos do ente querido que partiu apenas os momentos
bons, as horas felizes, o tempo de saúde, de passeios, de alegria, os momentos
de amor.
O resto vamos apagar. Usemos
o “delete” e limpemos nossa mente. Limpemos nossa “Lixeira”, Guardemos em nossa
memória apenas e tão somente o que é bom. E agradeçamos a Deus a oportunidade
maravilhosa de termos podido caminhar juntos, aprender juntos, evoluir juntos.
Há muitos momentos felizes
que passamos juntos que precisam ser preservados. Esses momentos sim devem
permanecer nos arquivos abertos. Os outros, apaguemos. E quando tivermos
dificuldades para usar o “delete”, seguremos firmes nas mãos de nosso Mestre de
amor e de bondade, que nos encherá de forças e de coragem.
Não esqueçamos nunca de que
o maravilhoso computador que Deus nos concedeu é para ser utilizado juntamente
com a inteligência com que fomos dotados, para separar o joio do trigo e ficar
sempre com o que é melhor para nós, que também é melhor para aqueles a quem
amamos.
Todos nós, encarnados e
desencarnados, somos espíritos em evolução, em aprendizagem, e TODAS as
experiências que tivemos são molas impulsionadoras de nosso progresso.
SBC, 19/11/2000.
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