Ary Brasil Marques
Tanto nos jogos esportivos
como na vida, há pessoas que atribuem as quedas e as conquistas à influência de
sorte ou de azar.
Na verdade a bola que bate
na trave e não entra não significa sorte do goleiro ou azar do atacante. Faltou
competência a quem chutou. Faltou um treinamento mais acurado.
A mesma coisa se dá nos
casos de cobrança de pênalti. Muita gente costuma dizer que pênalti é loteria.
Será? Quando uma equipe treina bastante e se aplica, as probabilidades de
perder uma penalidade mandando a bola para fora, na trave ou com chute fraco
que possibilita a defesa do goleiro, são mínimas. O profissional da bola tem a
obrigação de saber bater bem a penalidade, assim como o médico cirurgião tem
que acertar sempre em seu trabalho pois está lidando com vidas humanas, e o
piloto de avião se errar matará dezenas de pessoas.
Quantas vezes ouvimos
referências a pessoas bem sucedidas no comércio, na indústria ou nas profissões
liberais, de que essas criaturas tiveram sorte. Não foi sorte, foi trabalho e
inteligência.
Outros afirmam que alguém
mal sucedido, que é demitido toda hora dos seus empregos, ou tem uma série de
problemas sucessivos, é uma pessoa azarada. Não é assim. Pode acontecer que
falta à pessoa em questão, mais iniciativa, mais trabalho, mais entusiasmo.
Pode ser ainda que ela esteja colhendo aquilo que plantou ao longo desta e de
outras existências. Muitos recebem de volta os males que causaram aos outros.
Atribuir os resultados
obtidos à sorte ou ao azar é julgar que Deus permite que aconteçam coisas sem
qualquer razão ou critério, como uma bolinha que se tira nos jogos. Mesmo na
loteria, os ganhadores certamente são escolhidos não pela sorte ou azar, mas
pela necessidade do espírito de passar por esta ou aquela situação. Muitas
vezes a tão sonhada sorte de ganhar fortunas sem fazer força pode representar
para o espírito uma prova dificílima em seu processo evolutivo.
Você quer vencer no trabalho
ou no esporte? Treine, trabalhe muito, seja o melhor naquilo que faz. Não fique
chorando ao ver o seu oponente vencer, e culpando a sua falta de sorte. Seja
honesto, aceite a derrota reconhecendo o valor de seu adversário, assim como
você espera a recíproca em caso de sua vitória.
Sorte ou azar seria o acaso.
E o acaso não existe.
SBC, 20/07/2007.
Nenhum comentário:
Postar um comentário