quarta-feira, 19 de março de 2014

A CRIANÇA DO SÉCULO XXI


Ary Brasil Marques

O homem passa na Terra por quatro grandes fases: a infância, a mocidade, a idade madura e a velhice.

Cada uma dessas etapas deve ser aproveitada ao máximo, para que o espírito adquira os conhecimentos e as experiências necessárias na sua encarnação.

A primeira etapa é básica no aprendizado do espírito. Além dos ensinamentos importantes obtidos pela criança nessa fase, é o tempo que ela pode e deve brincar.

Muitos pais, hoje, estão sobrecarregando as crianças com um grande número de obrigações, de cursos, de aulas de natação, de música, de práticas esportivas, de computadores, etc.

Sem tirar o mérito dessas atividades, que são importantes, acredito que as crianças não podem perder o direito de brincar. Elas precisam de menos cobrança, de menos responsabilidade e de mais lazer.

A criança não pode queimar etapas, ser precocemente transformada em adulto. Ela terá tempo para isso.

O tempo das brincadeiras e da alegria está sendo substituído por horas e horas em frente de um computador, com prejuízo para o sono e a saúde das crianças. Elas são verdadeiros mestres na informática, mas a maioria delas não conhece as músicas e os jogos infantis de antigamente. Por outro lado, são sobrecarregadas de lições e de tarefas escolares.

É muito justo querer que as nossas crianças sejam cultas, falem mais de uma língua, cantem e dancem com perfeição, mas elas não podem ser tratadas como atletas se preparando para competições, sem horário livre, sendo cobradas a todo momento.

Ontem foi o dia da criança. E nossas crianças já não são crianças. A adolescência vem rapidamente, o tempo passa depressa. E o tempo, inexorável, fará logo a transformação da mesma para adulto.

Deixem as crianças serem crianças, enquanto elas podem. Incentivemos as mesmas a brincar, livres como passarinhos, felizes, risonhos, sem cobranças.


SBC, 13/10/2007.  

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