Ary Brasil Marques
O homem passa na Terra por quatro
grandes fases: a infância, a mocidade, a idade madura e a velhice.
Cada uma dessas etapas deve ser
aproveitada ao máximo, para que o espírito adquira os conhecimentos e as
experiências necessárias na sua encarnação.
A primeira etapa é básica no aprendizado
do espírito. Além dos ensinamentos importantes obtidos pela criança nessa fase,
é o tempo que ela pode e deve brincar.
Muitos pais, hoje, estão sobrecarregando
as crianças com um grande número de obrigações, de cursos, de aulas de natação,
de música, de práticas esportivas, de computadores, etc.
Sem tirar o mérito
dessas atividades, que são importantes, acredito que as crianças não podem
perder o direito de brincar. Elas precisam de menos cobrança, de menos
responsabilidade e de mais lazer.
A criança não pode queimar etapas, ser
precocemente transformada em adulto. Ela terá tempo para isso.
O tempo das brincadeiras e da alegria
está sendo substituído por horas e horas em frente de um computador, com
prejuízo para o sono e a saúde das crianças. Elas são verdadeiros mestres na
informática, mas a maioria delas não conhece as músicas e os jogos infantis de
antigamente. Por outro lado, são sobrecarregadas de lições e de tarefas
escolares.
É muito justo querer que as nossas
crianças sejam cultas, falem mais de uma língua, cantem e dancem com perfeição,
mas elas não podem ser tratadas como atletas se preparando para competições,
sem horário livre, sendo cobradas a todo momento.
Ontem foi o dia da criança. E nossas
crianças já não são crianças. A adolescência vem rapidamente, o tempo passa
depressa. E o tempo, inexorável, fará logo a transformação da mesma para
adulto.
Deixem as crianças serem crianças,
enquanto elas podem. Incentivemos as mesmas a brincar, livres como passarinhos,
felizes, risonhos, sem cobranças.
SBC, 13/10/2007.
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