Ary Brasil Marques
Temos a tendência de
acreditar em tudo que nos falam. Por essa razão, muitas vezes nos sentimos
enganados, principalmente por políticos em quem acreditávamos.
Em todas as atividades
humanas, vemos pessoas iludirem o semelhante, aproveitando-se da boa-fé da
população. Isso acontece com frequência no comércio, e nos dias de hoje temos
produtos piratas que substituem os produtos verdadeiros e são oferecidos a
preços menores à população.
Na televisão as pessoas
vendem as suas verdades, e é grande o número de programas das mais diferentes
vertentes religiosas, esportivas, políticas e científicas. O telespectador
aceita e acredita no que quiser.
A Internet então é fonte
inesgotável de assuntos, com pontos de vista diferentes e muitas vezes opostos,
sendo consultada diariamente por milhões de pessoas.
A par de coisas
maravilhosas, a Internet traz também propagandas mentirosas, comentários
inverídicos sobre produtos que muitas vezes são acusados de fazer mal aos
usuários com doenças e até a morte, e, por serem divulgados mesmo sem o
respaldo da prova, são aceitos como verdade e são divulgados pelos internautas
a seus amigos como incontestáveis.
As mensagens dos espíritos são
igualmente aceitos por alguns fanáticos como verdades absolutas. Essas pessoas
se esquecem de que os espíritos desencarnados são os homens que viveram na
Terra e que partiram para o plano espiritual da mesma forma e com os mesmos
conhecimentos que tinham aqui.
Não é pelo fato de não terem
mais o seu corpo físico que passaram a ser sábios, altamente evoluídos e
preparados para nos ensinar.
Além disso, há a
interferência do médium. As mensagens nos são trazidas pela mediunidade, que
funcionam com a utilização dos recursos do médium, muitas vezes até com a
limitação da linguagem deles.
É preciso cuidado. Antes de
aceitar a mensagem que nos está sendo trazida, usemos do bom senso. A primeira
coisa é fazer a análise de coerência da mensagem com os ensinamentos de Jesus e
com aquilo que nos mostra a Doutrina Espírita com muita clareza. Precisamos
verificar se os espíritos que nos falam são de Deus.
Examinemos também o médium.
Quando a conduta do médium não se pautar pela prática do amor e dos bons
costumes, as comunicações por seu intermédio devem merecer atenção redobrada
antes de as aceitarmos.
Por outro lado, sabemos que
há no plano espiritual, espíritos de todas as condições evolutivas. A par de
mentores amoráveis, há também espíritos enganadores, ainda atrasados, que se
comprazem em enganar as pessoas. É por isso que têm surgido um grande número de
ideias bizarras, orientações de práticas estranhas totalmente divergentes da
simplicidade dos ensinos de Jesus, e que são tidas como verdades apenas porque
vieram dos espíritos.
Vamos nos lembrar sempre que
o único caminho para se chegar a Deus é a prática do bem e do amor ao próximo.
Não precisamos de novidades nem de novas maneiras de agir. Acreditar sim na
palavra dos espíritos, mas não nos deixar enganar pelos aproveitadores do plano
físico ou do plano espiritual, é dever de todos nós.
Jesus nos advertiu que os
falsos profetas poderiam até fazer prodígios capazes de enganar, se fosse
possível, até aos escolhidos.
SBC, 31/05/2007.
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