domingo, 30 de março de 2014

DIREITO À PROPRIEDADE


Ary Brasil Marques

Todos os bens que possuímos nos foram dados por empréstimo. Eles são nossos apenas durante o período de nossa existência terrena. Nosso próprio corpo físico é um bem finito e não durará para sempre.

Diante dessa realidade, teremos direito à propriedade? Teremos direito de acumular bens materiais e de possuirmos riquezas?

Como cada espírito está cursando uma etapa diferente na escola da vida, acredito que aqueles que estão no momento tendo necessidade do aprendizado em relação a posse de bens materiais, recebem esses bens como oportunidade. Pelo bom ou mau uso dos mesmos, o espírito aprende e cresce.

Nas perguntas 880, 881 e 882 do Livro dos Espíritos, encontramos a informação de que o primeiro de todos os direitos naturais do homem é o de viver. Para viver ele pode adquirir bens, guardar para o futuro e defender aquilo que conquistou pelo seu trabalho.

Advertem os espíritos de que a posse de bens materiais é lícita, desde que não vem satisfazer apenas ao egoísmo do homem. Ela deve ser utilizada no sentido do progresso geral e na criação de empregos, visando o benefício de todos. É condenada a aquisição de bens supérfluos que visam apenas a satisfação do orgulho e da vaidade do adquirente.

No regime comunista a propriedade passa a ser do governo. Teoricamente, todos têm os mesmos direitos e podem usufruir dos bens que pertencem à comunidade. Na prática, isso não acontece.

O mundo tem uma pequena minoria que possui bens em excesso, enquanto a maioria não tem o mínimo indispensável à sobrevivência, sendo essa a causa do desequilíbrio social e das guerras.

A igualdade tão apregoada pelo comunismo é uma utopia, e se todos os bens do planeta fossem distribuídos em partes iguais a todos, no dia seguinte essa igualdade já teria desaparecido.

Isso acontece em razão da multiplicidade de estágios diferentes pelos quais passa o espírito, em sua caminhada evolutiva.

O dever de todos, principalmente dos que têm mais, é usar da caridade e do amor para minorar o sofrimento daqueles menos favorecidos.

Em resumo, todos têm o direito às propriedades que adquirirem pelo trabalho honesto. É necessário, porém, não ser egoísta e fazer com que o dinheiro, mola propulsora do progresso, seja usado para trazer mais oportunidades de trabalho aos milhões de pessoas que nada possuem.


SBC, 09/10/2007.

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