sábado, 29 de março de 2014

A PALAVRA NÃO VOLTA


Ary Brasil Marques

Um filme antigo do Super Homem tem uma cena inesquecível. Ele mostra o momento que o nosso super herói não conseguiu chegar a tempo para salvar sua noiva de uma avalanche provocada por uma explosão. Diante do corpo inerte e sem vida de sua amada, Super Homem usou de todos os seus poderes para girar o planeta Terra em sentido contrário, voltando no tempo até o momento em que ela vivia e ai a salva espetacularmente.

Como espetáculo de cinema é maravilhoso, mas a verdade é que não podemos voltar o tempo. O que passou, passou.

Assim como não podemos voltar o tempo, não podemos voltar as palavras que proferimos.

Muitas vezes nos arrependemos de ter falado alguma coisa que magoou um ente querido. Foi uma fraqueza momentânea. Um descuido, uma raiva de momento em uma discussão banal, que transformamos em algo ruim. Não adianta arrependimento. Pedir desculpas é bom mas não resolve totalmente, pois ficará sempre a mancha de nosso deslize. As palavras que deixamos sair de nossa boca não voltam mais, não há forma de recolhê-las.

Uma maneira eficaz de evitarmos o aborrecimento que essa ocorrência pode trazer é contarmos até dez antes de abrirmos a boca e de utilizarmos nossa língua para ofender, para ferir ou para magoar alguém.

Todos nós, espíritos inferiores que ainda somos, podemos cair nesse tipo de procedimento. Precisamos ficar atentos, manter sempre a calma em todos os momentos, evitar que a precipitação nos leve à ofensa e às palavras ásperas ditas com tom de raiva.

Já que é impossível recolhermos de volta aquilo que falamos, evitemos falar quando estivermos nervosos. Façamos uma prece, vamos pedir ajuda aos nossos amigos espirituais, busquemos permanecer calmos.

Nossa calma atrairá para nós a ajuda de nossos mentores e eles farão com que a discussão termine em paz e de maneira tranquila.

Transcrevo abaixo uma página de André Luiz recebida pelo nosso inesquecível Chico Xavier, chamada Calma, e que nos ajudará também nos momentos difíceis.



C A L M A

Se você está no ponto de estourar mentalmente, silencie alguns instantes para pensar.

Se o motivo é moléstia no próprio corpo, a intranquilidade traz o pior.

Se a razão é enfermidade em pessoa querida, o seu desajuste é fator agravante.

Se você sofreu prejuízos materiais, a reclamação é bomba atrasada, lançando caso novo.

Se perdeu alguma afeição, a queixa tornará você uma pessoa menos simpática, junto de outros amigos.

Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás, a inquietação é desperdício de tempo.

Se contrariedades aparecem, o ato de esbravejar afastará de você o concurso espontâneo.

Se você praticou um erro, o desespero é porta aberta para faltas maiores.

Se você não atingiu o que desejava, a impaciência fará mais larga a distância entre você e o objetivo a alcançar.

Seja qual for a dificuldade, conserve a calma, trabalhando, porque, em todo problema, a serenidade ‚ o teto da alma, pedindo o serviço por solução.

ANDRÉ LUIZ


SBC, 02/10/2007.

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