Ary
Brasil Marques
João
era um pastor muito carinhoso. Ele amava todas as cem ovelhas de seu rebanho.
Elas eram muito bonitas, saudáveis e bem cuidadas. Todas as ovelhas tinham
nomes famosos, havia entre elas a Greta Garbo, a princesa Isabel, Brigitte
Bardot, Daniela Mercury e Rainha Elisabete.
Entre
as ovelhas do João, havia uma muito magrinha e feia. Comparada com as demais,
ela parecia ser alienígena. Diferente, humilde, era sempre barrada pelas outras
quando tentava se aproximar de seu pastor, o que causou nela a sensação de
inferioridade, a ideia de que não era amada. Chamavam-na de A Feia.
Um
dia, aproveitando de um descuido do pastor e a existência de uma fenda na cerca
que circundava o rebanho, a Feia escapou e fugiu.
Sentindo-se
livre, independente, adulta, vitoriosa, correu célere pelos campos. Alegrou-se
por ter ficado livre do rebanho, onde certamente ninguém a amava. Correu,
brincou, comeu frutos silvestres e depois se deitou, esgotada.
A
noite se aproximava. Teve medo. Lembrou-se das histórias que ouvia da
existência de um lobo na floresta. Sentiu remorso de ter fugido do rebanho.
Sentiu-se só. Desamparada. Indefesa.
Quando
o seu medo estava se transformando em pavor, surgiu à sua frente o seu pastor.
João tinha feito a contagem de seu rebanho e, ao ver que das 100 ovelhas só
tinha 99, largara as suas belíssimas e queridas ovelhinhas e saiu em busca da
única que faltava.
Achou-a.
Aconchegou-a aos braços. Acariciou-a, demonstrando um amor imenso. Passou a
chamar a sua ovelha recuperada de Fênix, porque ela havia renascido.
Assim
também faz Deus conosco. Ele nos ama intensamente. Vai nos buscar quando
fugimos dele, de seu amor. Aconchega-nos no peito. Nos abraça.
Enquanto
tiver uma só ovelha desgarrada, nosso Pai estará buscando com amor essa única
ovelha, pois Ele nos espera a todos em seu Reino.
Guarujá,
17/05/2007
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