domingo, 30 de março de 2014

DIA DOS PAIS


Ary Brasil Marques

O dia dos pais é comemorado esta semana com muita alegria pelos filhos. Nesse dia, são dados presentes e também, as pessoas abrem o coração para falar as seus pais aquilo que não tiveram oportunidade de dizer na hora certa, principalmente quando os pais já se encontram no plano espiritual.

Para falar sobre o dia dos pais, vou colocar em minha frente na minha tela mental, a figura de meu querido e saudoso pai, Edmundo Marques.

Meu pai, eu preciso lhe dizer alto e em bom som: Eu te amo.

Essa declaração ficou muitas vezes presa dentro de meu peito, e não pude fazê-la antes de sua partida para o plano espiritual. Não dá para voltar no tempo, mas dá para lhe mandar agora todo o meu sentimento, todo o meu amor, toda a minha gratidão por tudo o que recebi de meu pai, ao longo da vida.

Pouca gente levou tão a sério e com todo o carinho o seu papel de pai. Pai é presença, é convívio, é exemplo, é camaradagem, é companheirismo. E meu pai foi tudo isso para mim e para os meus irmãos.

No dia dos pais, nos lembramos de nosso Pai Celestial. Ele ama a todos os seus filhos, incondicionalmente. Ele nos permitiu também, um dia, de sermos guindados ao extraordinário papel de pai. E no papel de pais pudemos entender melhor o nosso pai, suas dificuldades, seus problemas. E ele soube cumprir com esse papel de maneira esplendorosa.

Para dizer todo o sentimento e amor que nos possui neste instante, vou transcrever aqui uma poesia do padre Fábio de Melo, que traz em seu final a síntese do que sentimos ao homenagear nossos pais.

Deus é Pai
Quando o sol ainda não havia cessado o brilho,
Quando a tarde engolia aos poucos
As cores do dia e despejava sobre a terra
Os primeiros retalhos de sombra,
Eu vi que Deus veio assentar-se
Perto do fogão de lenha da minha casa.
Chegou sem alarde, retirou o chapéu da cabeça
E buscou um copo de água no pote de barro,
Que ficava num lugar de sombra constante.
Ele tinha feições de homem feliz, realizado
Parecia imerso na alegria que é própria
De quem cumpriu a sina do dia e que agora
Recolhe a alegria cotidiana que lhe cabe.
Eu o olhava e pensava:
Como é bom ter Deus dentro de casa!
Como é bom viver essa hora da vida
Em que eu tenho o direito de ter um Deus só pra mim,
Cair nos seus braços, bagunçar lhe os cabelos,
Puxar a caneta do seu bolso
E pedir que ele desenhasse um relógio
Bem bonito no meu braço.
Mas aquele homem não era Deus.
Aquele homem era meu pai
E foi assim que eu descobri
Que meu pai com o seu jeito finito de ser Deus
Revelava-me Deus com seu jeito infinito de ser
Homem.
(Padre Fabio de Melo, SCJ)

Fica aqui a homenagem de coração ao meu pai, ao pai de todos vocês e a Deus, o pai de todos nós.


SBC, 07/08/2007.

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