Ary Brasil Marques
O dia dos pais é comemorado
esta semana com muita alegria pelos filhos. Nesse dia, são dados presentes e
também, as pessoas abrem o coração para falar as seus pais aquilo que não
tiveram oportunidade de dizer na hora certa, principalmente quando os pais já
se encontram no plano espiritual.
Para falar sobre o dia dos
pais, vou colocar em minha frente na minha tela mental, a figura de meu querido
e saudoso pai, Edmundo Marques.
Meu pai, eu preciso lhe
dizer alto e em bom som: Eu te amo.
Essa declaração ficou muitas
vezes presa dentro de meu peito, e não pude fazê-la antes de sua partida para o
plano espiritual. Não dá para voltar no tempo, mas dá para lhe mandar agora
todo o meu sentimento, todo o meu amor, toda a minha gratidão por tudo o que
recebi de meu pai, ao longo da vida.
Pouca gente levou tão a
sério e com todo o carinho o seu papel de pai. Pai é presença, é convívio, é
exemplo, é camaradagem, é companheirismo. E meu pai foi tudo isso para mim e
para os meus irmãos.
No dia dos pais, nos
lembramos de nosso Pai Celestial. Ele ama a todos os seus filhos,
incondicionalmente. Ele nos permitiu também, um dia, de sermos guindados ao
extraordinário papel de pai. E no papel de pais pudemos entender melhor o nosso
pai, suas dificuldades, seus problemas. E ele soube cumprir com esse papel de
maneira esplendorosa.
Para dizer todo o sentimento
e amor que nos possui neste instante, vou transcrever aqui uma poesia do padre
Fábio de Melo, que traz em seu final a síntese do que sentimos ao homenagear
nossos pais.
Deus é Pai
Quando o sol ainda não havia
cessado o brilho,
Quando a tarde engolia aos
poucos
As cores do dia e despejava
sobre a terra
Os primeiros retalhos de
sombra,
Eu vi que Deus veio
assentar-se
Perto do fogão de lenha da
minha casa.
Chegou sem alarde, retirou o
chapéu da cabeça
E buscou um copo de água no
pote de barro,
Que ficava num lugar de
sombra constante.
Ele tinha feições de homem
feliz, realizado
Parecia imerso na alegria
que é própria
De quem cumpriu a sina do
dia e que agora
Recolhe a alegria cotidiana
que lhe cabe.
Eu o olhava e pensava:
Como é bom ter Deus dentro
de casa!
Como é bom viver essa hora
da vida
Em que eu tenho o direito de
ter um Deus só pra mim,
Cair nos seus braços, bagunçar
lhe os cabelos,
Puxar a caneta do seu bolso
E pedir que ele desenhasse
um relógio
Bem bonito no meu braço.
Mas aquele homem não era
Deus.
Aquele homem era meu pai
E foi assim que eu descobri
Que meu pai com o seu jeito
finito de ser Deus
Revelava-me Deus com seu
jeito infinito de ser
Homem.
(Padre Fabio de Melo, SCJ)
Fica aqui a homenagem de
coração ao meu pai, ao pai de todos vocês e a Deus, o pai de todos nós.
SBC, 07/08/2007.
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