Ary Brasil Marques
O corpo humano é uma máquina maravilhosa. Ele
dispõe de importantes mecanismos de defesa e de nossa integração com nosso Pai
Celestial e com o Universo.
Um exemplo disso é o
que ocorre quando o organismo humano é ameaçado pela invasão de vírus ou de
bactérias. Nosso sistema imunológico reage imediatamente, e procura meios para
expulsar o intruso. A dor e a febre são alguns desses recursos para nos alertar
de que algo está errado, e o homem tem encontrado a cura para muitos males em
razão de ter sido avisado em tempo hábil por esses recursos utilizados pelo
nosso corpo físico.
A lágrima é um dos
meios utilizados por essa maravilhosa máquina humana nos momentos de aflição,
de dor, de medo ou de preocupação.
A lágrima traz-nos
calma, tranquilidade, esperança e é uma ponte de nossa ligação com Deus e com
os nossos protetores espirituais. Depois que choramos, acontece como a bonança
que vem após as tempestades. Tudo volta pouco a pouco ao normal, o silêncio
substitui o barulho dos trovões e a vida retorna ao seu curso. A tempestade
veio, trouxe-nos medo, fez muito barulho, alguns estragos, mas foi embora.
O mesmo ocorre com os
motivos de nossas lágrimas. Eles vieram, talvez nos deixaram alguns estragos e
deixaram marcas, mas foram embora. Não existem mais. Muitas vezes as lágrimas
amargas de sofrimento e de dor são substituídas por lágrimas de agradecimento à
bondade infinita de nosso Pai. Ele atendeu nossas lágrimas, nos protegeu e nos
mostrou que nada temos a temer pois somos espíritos imortais, seus filhos
queridos, destinados à perfeição.
Certa vez li uma
frase que dizia que a lágrima de quem chora por estar sofrendo não é tão pura
quanto a lágrima de quem chora por ver outro sofrendo.
Choremos sim, quando
for preciso. Mas choremos sem revolta, com confiança absoluta de que, por mais
dramático que seja o momento difícil pelo qual estamos passando, isso vai
acabar e passa. Nada é definitivo na Terra.
Só temos de nosso o que conquistamos em
conhecimento e em amor, e isso vai integrar sempre a nossa bagagem, o nosso
patrimônio espiritual de seres imortais destinados à perfeição.
Chorar não é algo que
nos envergonhe, pois nada mais é do que a utilização dos imensos recursos que
temos em nosso templo de vida, o nosso corpo físico.
SBC, 24/10/2007.
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